8º Seminário Estadual da Juventude reúne participantes de 12 cidades de MS

Teve início na manhã desta sexta-feira (07) o 8º Seminário Estadual da Juventude, em Campo Grande. O evento, que seguirá até sábado (08), está sendo realizado na Chácara Aconchego, que fica na rua Surucuá, bairro Otávio Pécora. O objetivo principal é promover debates sobre as políticas públicas voltadas para o público infanto-juvenil no país.

Participam aproximadamente 80 crianças e adolescentes de 12 cidades de Mato Grosso do Sul, como Dourados, Porto Murtinho, Aquidauna, Sidrolândia, Itaquiraí e Corumbá, de onde veio Joelson Aparecido dos Santos Soares, de 16 anos. Hoje, pode-se dizer que ele é um tipo de “delegado defensor” dos direitos de crianças e adolescentes, pois já é o terceiro ano que faz parte do Seminário.

No encontro, serão discutidas propostas que vão formular o “Plano Nacional da Juventude” e o “Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes”, onde se debate as vertentes das políticas para esse público.

O foco deste ano é trabalhar com adolescentes negros e índigenas e moradores de assentamentos. “Fazemos a inserção das crianças e adolescentes na sociedade. Com a discussão, preparamos os participantes para ocupar espaços em Conselhos, como de Saúde, de Segurança, para atuar contra abusos de crianças, por exemplo”, comentou a coordenadora do Seminário, Lucineide Belintano.

O 8º Seminário Estadual da Juventude será encerrado por volta das 17hs do sábado, logo após a Plenária Final (a assembléia que decide quais as propostas foram escolhidas pelos integrantes e serão encaminhadas aos gestores públicos, às autoridades competentes).

Protagonismo juvenil

De acordo com a coordenadora do 8º Seminário, Mato Grosso do Sul é pioneiro nessa discussão e principalmente na inserção de crianças e adolescentes do Estado em ONGs, em Conselhos da Criança e Juventude, na área de Assistência Social, entre outras. “Isso é participação efetiva, uma mobilização que ajuda a implantar ou cobrar por políticas públicas. Também serve como espécie de monitoramento do que nossos representantes estão fazendo pra eles (crianças e adolescentes). Precisamos saber o que realmente tá dando certo ou não”.

Com o Estatuto da Criança e Adolescente nas mãos, antes das discussões, Abigail Martins da Silva, de 18 anos, bom discurso, lembrou que há 3 anos atua em encontros do gênero e diz que antes não sabia o que era ser protagonista da própria vida. “Depois que comecei a participar, a me conscientizar, fui militando sobre os direitos dos negros”.

Ela mora na Comunidade Quilombola, em Jaraguari, onde residem cerca de 80 famílias. Para Abigail, seminários como esse servem para provocar discussões, fortalecer as lutas de cada povo, de cada etnia. “Temos sim uma opinião e a sociedade tem que saber o que a gente pensa. O problema é que muita gente apenas critica a política, mas não tem o hábito de ler, não é informada sobre as leis e não têm argumentos para reclamar sobre as leis e os próprios direitos”, complementou Abigail.