Violência contra povos indígenas do MS chama atenção no exterior

Gravidade de negação a terra é um dos motivos que aumenta o número de conflitos

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Gravidade de negação a terra é um dos motivos que aumenta o número de conflitos

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) divulgou um relatório sobre a violência contra os povos indígenas no Brasil, onde ficou evidenciado que Mato Grosso do Sul foi o campeão de casos registrados. A notícia chamou a atenção de organismos internacionais, inclusive do Vaticano. Os dados dizem respeito a 2009.

O Conselheiro do CIMI, Egon Heck menciona que os direitos dos indígenas continuam sendo sistematicamente violados. Os motivos apontados como causa que leva o Estado para o topo da lista da violência são a negação a terra às comunidades que, tradicionalmente tem um passado ligado a florestas, animais e também cultivo para subsistência. “Hoje, o Governo Estadual tem dito que não vai ceder um palmo sequer de terra, que prefere que as comunidades sejam transferidas para outros locais. Que não vai dar terra produtiva”, destaca o estudiosos das questões indígenas em uma entrevista reproduzida pela rádio do Vaticano.

Egon Heck explica dois tipos de violência contribuem para o aumento de números de mortes. A primeira é a externa, onde na luta para voltar para suas terras. “Muitas vezes são recebidos à bala por pistoleiros, fazendeiros e, às vezes, até com apoio da própria polícia”, acusa. Outras vezes, a violência acaba se alojando dentro da comunidade por falta de espaço, pois antigamente quando havia conflitos internos os grupos se separavam e procuravam novos locais e atualmente isto não acontece, pois não tem para onde ir e isto provoca novos conflitos, segundo Heck.

Alcoolismo e drogas acabam invadindo as aldeias que muitas vezes concentram um grande número de indivíduos, chegando a ter 15 mil pessoas em 3,5 mil hectares, o que é considerado muito pouco levando em conta que vivem de caça, pesca e, normalmente, monocultura.

Egon Heck classifica de genocídio a situação de Mato Grosso do Sul. O povo guarani/caiuá, segundo o relatório teve o maior número de mortes, em relação ao restante de povos indígenas no Brasil. Confira a entrevista aqui

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