Vergonha do ofício e falta de qualificação deixam mercado de trabalho sem domésticas
Informação é da Fundação do Trabalho de MS, que afirma ter um déficit diário de aproximadamente 30 vagas; falta de garantias trabalhistas também contribui com estatística
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Informação é da Fundação do Trabalho de MS, que afirma ter um déficit diário de aproximadamente 30 vagas; falta de garantias trabalhistas também contribui com estatística
Os trabalhadores domésticos estão em falta em Mato Grosso do Sul. A constatação é da Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), que afirma ter um déficit diário de aproximadamente 30 vagas. Um dos motivos por sobrar oportunidade e faltar funcionários é a falta de qualificação profissional e acompanhamento da evolução tecnológica.
A coordenadora de Trabalho e Renda da Funtrab, Larissa Orro Abdo destaca que a maioria das empregadas domésticas não encara este trabalho como profissão, apenas assumem esta função na falta de outra oportunidade. “A maioria está empregada doméstica, enquanto que o mercado precisa que elas sejam empregadas dométicas”, diz.
Larissa ainda explica que o mercado exige profissionais com capacitação, até porque esta pessoa passa a praticamente gerenciar a casa na ausência dos donos, sendo responsável pela limpeza, organização, cozinha, trato de menores de idade e principalmente saber lidar com equipamentos eletroeletrônicos.
Encontrar um trabalhador doméstico que aceite ou saiba cozinhar, tanto forno quanto fogão, é ainda mais difícil, conforme observação da Funtrab. A vergonha da profissão ou até mesmo o fato de não terem todos os direitos assegurados como demais trabalhadores possa inibir novos profissionais no mercado ou capacitação.
A professora aposentada Leudes Campos da Costa mora no bairro Amambaí, em Campo Grande, com o esposo e o filho. Ela conta que há mais de um ano procura por uma empregada doméstica para trabalho diário. Enquanto não encontra um profissional com as aptidões que procura, ela vai contratando uma diarista.
Leudes revela que já até pensou em abrir uma empresa de instrução só para trabalhadores domésticos, onde as patroas seriam as “patrocinadoras” dos cursos. “Seria para ensinar pequenos detalhes que fazem toda a diferença no trabalho como: não colocar o pano de prato no ombro, ter todo cuidado e higiene ao preparar a comida, os lides com aparelhos simples como um liquidificador, uma máquina de lavar”, diz.
Rita Martins Amorim trabalha como diarista em várias casas em Campo Grande, inclusive na residência de Leudes Costa. Apontada como funcionária caprichosa, Rita nem pensa em trabalhar com carteira assinada, pois deixaria de ganhar mais. Por uma diária ela cobra, no mínimo, R$ 50,00, o que resulta mensalmente em aproximadamente R$ 1200,00. Sobre os direitos que deixa de ter, ela diz que já pensou em começar a recolher contribuição individual.
Direitos
Os empregados dométicos não têm o mesmo direito que outros trabalhadores formais (com carteira assinada). Não existe nada na lei do trabalho doméstico sobre carga horária, nem que fale sobre o direito de uma diarista.
Quando possuem carteira assinada os empregados domésticos têm direito a uma folga semanal remunerada, férias, licença maternidade.
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