PT anuncia afastamento do governo Requião no Paraná
A direção do PT no Paraná anunciou nesta terça-feira o rompimento da aliança com o governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), e a entrega de todos os cargos de confiança na administração do peemedebista. As relações estavam prejudicadas diante das frequentes declarações de Requião contra o partido, que procura um palanque forte no Paraná para […]
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A direção do PT no Paraná anunciou nesta terça-feira o rompimento da aliança com o governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), e a entrega de todos os cargos de confiança na administração do peemedebista.
As relações estavam prejudicadas diante das frequentes declarações de Requião contra o partido, que procura um palanque forte no Paraná para a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (casa Civil). Requião sentiu ter sido alijado deste processo de articulação e passou a criticar os petistas.
Na semana passada, Requião acusou o ministro petista Paulo Bernardo (Planejamento) de tentar superfaturar uma obra ferroviária. O ministro nega e estuda processar Requião por crime de calúnia e difamação.
De acordo com a direção do partido, as acusações lançadas a Bernardo definiram o afastamento. “Rompemos por causa da diferença política, por causa das críticas infundadas e injustas contra o ministro”, disse o presidente do PT no Paraná, o deputado estadual Ênio Verri.
Com o afastamento do governo, o partido fortalece a aproximação com o principal desafeto de Requião e pré-candidato ao governo, o senador Osmar Dias (PDT). As articulações entre PT e Dias, feitas desde o ano passado, precipitaram a série de ataques do governador contra o partido e a política econômica do governo Lula.
Já Requião, que tem planos de candidatar-se ao Senado, onde já ocupou cadeira entre 1995 a 2002, volta suas articulações ao PSDB do prefeito de Curitiba, Beto Richa, pré-candidato ao governo e principal adversário de Osmar Dias, segundo as pesquisas.
Requião, que também mantém conversas com o governador de São Paulo, o tucano José Serra, para formar palanque no Paraná a eventual candidatura presidencial do paulista, tenta agora convencer o PSDB do Paraná a abrir mão da candidatura ao Senado para se lançar sozinho na disputa.
Na aliança com o PT, Requião teria de dividir espaço com a mulher de Bernardo, Gleisi Hoffmann, pré-candidata ao Senado.
Pelo comunicado da direção executiva do PT-PR, todos os filiados do partido com cargos no governo Requião deveriam deixar a administração a partir de hoje. A decisão atinge as duas secretarias ocupadas por integrantes do partido (Agricultura e Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), além de cargos de segundo e terceiro escalão.
Requião manifestou-se no Twitter sobre a decisão dos petistas. “Eu esperava que o PT abrisse uma sindicância interna. Mas preferiram deixar o meu governo”, escreveu.
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