Governadores renunciam em pelo menos 10 Estados até sábado
A aproximação do prazo final de desincompatibilização eleitoral, no Sábado de Aleluia (03), provocará esta semana a troca de comando em pelo menos dez Estados. Com vistas às eleições de outubro, anunciaram que deixarão os cargos os governadores do Mato Grosso, Amazonas, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rondônia, Goiás, Amapá e […]
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A aproximação do prazo final de desincompatibilização eleitoral, no Sábado de Aleluia (03), provocará esta semana a troca de comando em pelo menos dez Estados. Com vistas às eleições de outubro, anunciaram que deixarão os cargos os governadores do Mato Grosso, Amazonas, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rondônia, Goiás, Amapá e Piauí. Santa Catarina já está de governo novo. Na quinta-feira (25), assumiu o vice-governador Leonel Pavan (PSDB) no lugar do então governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB).
A Lei Eleitoral exige que ocupantes de cargos no Executivo se afastem do posto para concorrer a um mandato diferente ao que exercem atualmente. A obrigação visa a garantir uma disputa justa entre os candidatos, muito embora não enquadre na regra os postulantes à reeleição.
A debandada dos governadores começa nesta quarta-feira, 31, quando saem do cargo Blairo Maggi (PR), do Mato Grosso; Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas; Wilma de Faria (PSB), do Rio Grande do Norte, e Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais. Nesta quinta-feira, 1º, é a vez de Roberto Requião (PMDB), do Paraná, e Ivo Cassol (PP), de Rondônia.
Na Sexta-Feira Santa, 2, José Serra (PSDB) deixa o governo paulista. Em Goiás, o governador Alcides Rodrigues (PP) deixará para o último dia a decisão de sair do cargo. O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), desincompatibiliza-se até a data máxima prevista, no sábado. Góes concorre ao Senado. No Piauí, o governador Wellington Dias (PT) deixará o governo sexta-feira para concorrer ao Senado – sonho comum da maioria dos futuros ex-governadores.
Com exceção de Serra, presidenciável do PSDB, de Aécio, que foi cotado para ser vice na chapa de Serra, e de Requião, que poderia ser lançado candidato à Presidência pela ala do PMDB à qual pertence, todos os outros têm destino certo: ser candidato à Casa, que troca dois terços dos legisladores nesta eleição.
O governador de São Paulo deve lançar a candidatura à sucessão no Palácio do Planalto no dia 10 de abril, em evento em Brasília. A chapa encabeçada pelo paulista conta com o apoio do DEM e do PPS, que comporão a mesa solene da festa de lançamento. O tucanato empenha-se, no momento, em fechar acordo com o PTB e o PSC, esforço para turbinar o palanque eletrônico do governador, que ganhará tempo adicional na campanha eleitoral gratuita.
Além da articulação com outros partidos, líderes do PSDB investem nos bastidores na composição de uma dobradinha presidencial puro-sangue, com Aécio como vice. Alguns correligionários do governador de Minas Gerais dão como certa a candidatura dele a senador, eco que não se reproduz entre líderes tucanos. De acordo com eles, Aécio pediu tempo à legenda, até maio, para tomar a decisão. O mineiro só abraçará a causa se Serra sustentar a dianteira nas pesquisas de intenção de voto nos próximos meses.
Mesmo preterido dos planos do PMDB, Requião, do Paraná, pretende pôr o nome à disposição da sigla para a corrida presidencial. O peemedebista sabe, contudo, que não reúne apoio suficiente para tanto. Diante da provável aliança da agremiação em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, Requião deixou o caminho aberto para uma candidatura ao Senado. O peemedebista apoia ao governo do Estado o nome de seu vice, Orlando Pessuti (PMDB), em troca da garantia de uma das duas vagas ao Senado na coligação capitaneada pelo vice.
Reeleição
Em 13 Estados, haverá disputa pela reeleição. Pelo PMDB, cinco governadores tentarão a recondução ao cargo: André Puccinelli, no Mato Grosso do Sul; Sérgio Cabral Filho, no Rio; Roseana Sarney, no Maranhão; Carlos Henrique Gaguin, no Tocantins, e José Maranhão, na Paraíba.
Pelo PT, tentam a reeleição Ana Júlia Carepa, no Pará; Marcelo Déda, em Sergipe, e Jaques Wagner, na Bahia. Entre os tucanos, concorrerão Teotônio Vilela Filho, em Alagoas; José de Anchieta, em Roraima, e Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul. No PSB, Cid Gomes tenta recondução ao governo do Ceará e Eduardo Campos, ao de Pernambuco.
Com a chancela do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que interveio no Rio de Janeiro de olho na construção de um palanque forte para Dilma, Cabral já abre 18 pontos de vantagem sobre os principais adversários, de acordo com a última pesquisa Vox Populi, de março. O peemedebista angaria 38% das intenções de voto, à frente do ex-governador Anthony Garotinho (PR), com 20%, e do deputado Fernando Gabeira (PV), com 18%.
Outro governador que anda bem nas pesquisas é Cid Gomes. Ele liderou com folga, até agora, todas as pesquisas de opinião promovidas no Estado e não conta com adversários de peso na corrida eleitoral. Além do apoio do PT e do PMDB, o governador arregimenta a adesão informal do DEM e do PSDB, que não pretendem lançar candidatos à corrida eleitoral. Gomes deve enfrentar o prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR), cujo partido foi isolado no Estado.
Por outro lado, a disputa deve ser acirrada na Bahia, onde Wagner deve dividir com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), o apoio do governo federal. Além do peemedebista, o petista terá como adversário o ex-governador Paulo Souto (DEM). Wagner liderou a pesquisa Datafolha de dezembro com 39% das intenções de voto, seguido por Souto (24%) e Geddel (11%).
Fora da disputa
No Acre, Binho Marques (PT) não será candidato à reeleição nem a outro cargo e completa o mandato no final de 2010. No Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) está no segundo mandato e não disputará cargos. O peemedebista abriu mão da disputa ao Senado em troca do apoio do PT e do PDT a Ricardo Ferraço (PMDB), vice de Hartung e candidato do governador à sucessão no Estado.
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