Família busca apoio para operação de criança

O pequeno João Vítor completa 5 anos agora em dezembro. E mesmo diante da pouca idade é o que pode se chamar de um forte; um bravo, um guerreiro mesmo. Ainda no primeiro ano de vida teve de enfrentar cirurgia para tratar de uma catarata. Agora, se vê diante da necessidade de uma nova intervenção […]

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O pequeno João Vítor completa 5 anos agora em dezembro. E mesmo diante da pouca idade é o que pode se chamar de um forte; um bravo, um guerreiro mesmo. Ainda no primeiro ano de vida teve de enfrentar cirurgia para tratar de uma catarata. Agora, se vê diante da necessidade de uma nova intervenção cirúrgica para a correção de um deslocamento na retina direita que lhe restringe a visão ao máximo. “Ele enxerga praticamente só com o olho esquerdo”, disse Dionizio das Neves Rosa, 36, pai de João Vítor.

Dionizio trabalha com reciclagem e ganha R$ 600 por mês. A mãe Valéria Albuquerque da Silva, 24, está desempregada. Por conta de dívidas acumuladas nas idas e vindas a Campo Grande em busca de tratamento especializado, a família do menino, bastante trabalhadora, honesta e humilde, esteve perto de desistir da cirurgia.

Agora, com apoio dos colegas de trabalho da rádio comunitária FM Pantanal, onde à noite, Dionizio atua como voluntário, iniciou campanha em busca de arrecadar fundos para custear as despesas para uma nova viagem a Campo Grande. Por intervenção do Ministério Público Estadual (MPE), a família conseguiu agendar consulta para o próximo dia 07 de dezembro – uma quarta -feira – no Hospital São Julião. Existe a esperança que uma cirurgia seja marcada e a operação garanta retorno substancial da visão do garoto.

“Estamos numa campanha para que possamos levar o João Vítor até Campo Grande. Já tentei várias vezes na Santa Casa uma operação de vitrectomia, porque ele tem a retina descolada. Seria a cirurgia para reimplantá-la no lado direito da visão”, disse Dionizio Rosa a este Diário. A data mexe com as expectativas do pai e da mãe do pequeno.

A vitrectomia é um procedimento cirúrgico pelo qual o vítreo [substância gelatinosa e viscosa formada por fibras e células, que se encontra na câmara posterior, entre o cristalino e a retina, sob pressão, de modo a manter a forma esférica do olho] é removido em um olho e substituído, geralmente com um gás ou líquido. Este procedimento é utilizado para o tratamento de diversas doenças oftalmológicas, como descolamento de retina, tromboses venosas, hemorragia vítrea e buraco macular.

“A cirurgia acreditamos que resolverá o problema. Ele tem um pouco de visão e achamos que vai amenizar bem a situação”, disseram Dionizio e Valéria. A confirmação virá após o esperado 07 de dezembro, após a consulta pelo Sistema Único de Saúde, o conhecido SUS. “Nesse dia eu vou saber qual vai ser o procedimento”, ressaltou o pai.

Custear viagem para consulta

Pai de dois filhos, o João Vítor de cinco anos e da Vitória Gabriela – que completa o primeiro aninho no próximo domingo, 28 de novembro –, Dionizio das Neves Rosa, contou ao Diário que a campanha surgiu por iniciativa dos colegas que trabalham na rádio comunitária FM Pantanal. A iniciativa é agora a fonte total das esperanças de toda a família para que o filho cure o deslocamento da retina.

“Tivemos essa boa vontade dos companheiros da FM Pantanal nessa campanha para arrecadarmos o que conseguirmos. O que for conseguido será para, pelo menos, termos como custear as despesas em Campo Grande. Tenho uma irmã que mora lá, mas a clínica é muito longe e tenho que custear deslocamentos”, disse o aflito, porém esperançoso, pai de João Vítor.

Dionízio contou que acumulou uma dívida quase dez vezes maior que o salário que recebe mensalmente no trabalho de reciclagem. O débito foi construído ao longo das inúmeras viagens para a Capital sul-mato-grossense onde levava o filho para tratamento.

“Os universitários [estagiários] da Santa Casa de Campo Grande constataram que ele estava com a retina deslocada. A cada dois meses tinha que levá-lo para consulta. Gastei muito dinheiro e acumulei uma dívida. Tenho de pagar R$ 5 mil de dívida acumulada e não tenho como fazer mais para levar meu filho até Campo Grande”, revelou o pai que ganha salário de R$ 600 por mês.

Com esse dinheiro ele tem de garantir o sustento da família; pagar aluguel e garantir os medicamentos necessários para o tratamento do filho. A esposa está desempregada. “Eu dependo do meu salário; não tenho bolsa escola ou bolsa família”, disse. Ele afirmou que por pouco não desistiu de buscar a cura para o problema na retina do filho. “Não tenho carro ou moto [para vender]. Estava desistindo dessa cirurgia porque mesmo sendo pelo SUS vai ter medicamento; óculos e não tenho como bancar”, disse.

“Peço às pessoas de bom coração, que nesse ato de caridade e solidariedade, olhem um pouco para que eu possa ajudar o meu filho. Doem a quantia que puder”, concluiu o pai de João Vítor.

Quem quiser colaborar, com qualquer quantia, pode fazer a doação na Conta Fácil da Caixa Econômica Federal aberta pela família. Agência: 0018, Conta: 02300010528-4. Os telefones para contato são 8458-2969 e 9924-7883.

Menino é fã de desenhos e do William Bonner

Prestes a completar cinco anos, João Vítor mora na rua Marechal Floriano, no bairro Dom Bosco, em frente ao Campo do Roseiral. Ele estuda na escola CAIC Padre Ernesto Sassida, está no pré-escolar. Adora assistir aos desenhos animados que passam na televisão e é fã do jornalista William Bonner, apresentador do Jornal Nacional.

O garoto parece não se abalar com os problemas que enfrenta – é provável que pela pouca idade não tenha a compreensão do que uma retina deslocada pode lhe causar mais lá na frente. Contudo, já vem sendo prejudicado: o rendimento escolar caiu. “Em 2011 ele iria para a 1ª série, mas como não está tendo muito desenvolvimento, ele vai ter de ficar no pré. Esse problema é em função da visão. Para escrever ele tem de colocar a vista muito perto da ponta do lápis para poder enxergar”, contou o pai ao Diário. “Ele vem apresentando muitas dificuldades em relação às outras crianças que não têm problemas de visão. Isso preocupa porque pode trazer problemas na formação escolar futura dele”, complementou.

João Vítor acorda cedo para ver desenhos. Assistir TV também tem seus complicadores. “Para assistir tem que ficar muito próximo, mas próximo mesmo, uns três dedos da televisão.Ele gosta muito do Jornal Nacional, adora o William Bonner”, disse Dionizio. Em 2006 o garoto foi operado, porque nasceu com catarata.

“Ele é uma criança responsável, tem hora que parece ter 10, 15 anos. Fala de tudo, entende tudo, é comunicativo, faz amizades e também é exemplar, se vê alguma coisa dos pais que está errada, ele corrige”, concluiu Dionizio.

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