Enem provoca chiadeira, desconfiança, satisfação e euforia por vaga
Campo-grandenses reclamaram das restrições em salas de aula e desconfiam que o exame possa ser anulado por conta de erro em impressão; por outro lado, alunos acham o Enem melhor que o vestibular e entraram para a prova, esperançosos por vaga na universidade
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Campo-grandenses reclamaram das restrições em salas de aula e desconfiam que o exame possa ser anulado por conta de erro em impressão; por outro lado, alunos acham o Enem melhor que o vestibular e entraram para a prova, esperançosos por vaga na universidade
Estudantes de Campo Grande chiaram de novo quanto às restrições de materiais dentro das salas neste segundo dia do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio). Na prova de hoje, que começou ao meio-dia, os alunos respondem a 45 perguntas de linguagens (inglês ou espanhol, língua portuguesa e literatura) e 45 de matemática, além da redação. Enquanto uns reclamavam, outros diziam satisfeitos com o a nova fórmula de entrar numa universidade e eufóricos por uma vaga.
Na edição deste Enem, que começou ontem e acaba hoje, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), que coordena o exame que pôs fim ao vestibular no Brasil, o aluno não pôde entrar na sala de prova com borracha, lápis nem relógio.
Caroline Figueiredo Ferzeli, de 18 anos, que fez a prova na Uniderp da Avenida Ceará, foi uma que puxou o coro contra a proibição.
“Sou totalmente contra, não tem relógio na sala e os fiscais ficam falando a hora quando questionado pelos alunos, isso tira a concentração”, disse a estudante que quer se sair bem no exame para ingressar no curso de Medicina, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), um dos mais concorridos.
De acordo com Inep, ao menos 27% dos inscritos no Enem deste ano deixaram de fazer as provas ontem, no primeiro dia do exame. Considerando o cálculo, pode-se estimar que aqui em Mato Grosso do Sul, onde se inscreveram ao menos 100 mil estudantes, 27 mil deixaram de enfrentar o exame.
Outra reclamação dos estudantes campo-grandenses tem a ver com o erro na impressão das provas realizadas ontem. Os exames de Ciências Humanas e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e Suas Tecnologias foram impressas com erro para as marcações das questões.
Por conta desse erro, alguns alunos já comentam até em anulação das provas. “Eu fiquei sabendo que as provas serão anuladas”, disse Nadla Figueiredo, 17, confiante na briga por vaga de Direito.
Yuri Rosa Penteado, 34, aposta numa enxurrada de ações judiciais pela anulação do exame: “muita gente deve recorrer”, disse.
De acordo com publicação na Folhaonline, neste domingo, a OAB de São Paulo afirma que os erros podem provocar a anulação da prova, mas o presidente do Inep, José Joaquim Soares Neto, negou que os problemas possam anular o exame ou atrasar a divulgação dos resultados. Ele afirma que vai apurar a responsabilidade pelos erros.
Mas não foram somente as reclamações que marcaram este segundo dia de Enem. A artesã Simara Adorno Dias, 21, disse ter aprovado o Enem “por ser mais fácil que o vestibular”.
Já Samuel da Silva, 35, auxiliar de enfermagem que tem intenções de cursar medicina veterinária na UFMS, disse que o Enem “foi bom para os pobres”.
No caso, ele fez uma relação do quanto custava a inscrição para o vestibular, uns R$ 90 e o que custo o Enem, R$ 35.
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