Diabete mata mais em países pobres, segundo a OMS
BRASÍLIA – Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que quase 80% das mortes por diabete no mundo ocorrem em países pobres e em esenvolvimento. Em 2005, 1,1 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença. A estimativa é de que o número de mortes dobre na próxima década. A quantidade de diabéticos no […]
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BRASÍLIA – Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que quase 80% das mortes por diabete no mundo ocorrem em países pobres e em esenvolvimento. Em 2005, 1,1 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença. A estimativa é de que o número de mortes dobre na próxima década. A quantidade de diabéticos no mundo já passa de 250 milhões, segundo a Federação Internacional de Diabete. A entidade, ligada à OMS, alerta: se não forem implantadas políticas de prevenção eficientes, em 2025 o número de portadores pode a chegar a 380 milhões.
Na edição deste ano da campanha do Dia Mundial da Diabete, lembrada no último domingo, organizações médicas internacionais garantem que é possível prevenir a doença. No Brasil, estima-se em 10 milhões o total de pacientes – 7,6 milhões deles acometidos pelo tipo 2 da doença, o mais comum e o único que pode ser evitado. De acordo com o Ministério da Saúde, o número de pessoas com esse tipo de diabete equivale a 5,8% da população com mais de 18 anos. A maioria está concentrada na Região Sudeste, com cerca de 3,5 milhões (2,06 milhões só no Estado de São Paulo).
O tipo 2 consiste no aumento anormal de glicose (açúcar) no sangue. Os principais sintomas são sede e fome excessivas, vontade constante de urinar, perda de peso, cansaço, infecções regulares, visão embaçada, dificuldade de cicatrização de feridas e formigamento nos pés. O principal alvo são pessoas na faixa etária acima de 40 anos, obesas e com histórico familiar. No entanto, a maioria das pessoas não reconhece esses sintomas como relacionados à diabete e procuram atendimento médico tardio, o que levou a OMS a considerar a doença uma epidemia silenciosa. “Quase metade dos diabéticos não sabe da sua condição, porque a doença não incomoda. Só descobrem quando fazem o exame de sangue”, afirma a presidente da Sociedade Brasileira de Diabete, na seccional do Rio de Janeiro, Lenita Zadjdenverg.
Para a prevenção, Lenita recomenda uma alimentação saudável – com mais verduras e frutas e menor consumo de sal e de alimentos gordurosos – e a prática de exercícios físicos. “A população deve entender que é possível prevenir a doença e conviver com ela”, destaca. Não há cura para a diabete, mas tratamentos podem aliviar as consequências. O avanço do problema eleva o risco de doenças cardíacas, amputação das pernas, cegueira e partos prematuros. Segundo o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de diagnóstico e remédios para a doença. A diabete tipo 1, de menor incidência, consiste na destruição das células produtoras de insulina, pois o organismo as identifica como corpos estranhos.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o tipo 1, mas algumas nascem com genes de predisposição. No entanto, outras têm os genes e não desenvolvem a doença. O tipo 1 é mais frequente em quem tem menos de 35 anos, embora a doença possa surgir em qualquer idade. Os sintomas mais comuns são fome frequente, vontade de urinar várias vezes, sede constante, perda de peso, fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náusea e vômito. O tratamento contra a diabete pode ser feito gratuitamente na rede pública de saúde. Em comemoração ao dia mundial, 80 monumentos brasileiros foram iluminados no último domingo – entre eles, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro.
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