70 mil campo-grandenses celebram o dia dos Finados
Tradição dos católicos lota tanto dentro quanto fora dos cemitérios, onde os ambulantes tiram o dia para lucrarem um dinheiro a mais neste feriado
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Tradição dos católicos lota tanto dentro quanto fora dos cemitérios, onde os ambulantes tiram o dia para lucrarem um dinheiro a mais neste feriado
Os três cemitérios públicos de Campo Grande devem ser visitados neste Dia dos Finados por ao menos 70 mil pessoas, segundo cálculo do administrador Licínio Martins Silveira.
O Dia dos Finados, celebrado desde o século II pelos católicos, atrai visitantes desde o sábado. No cemitério Santo Amaro, o maior da cidade, a movimentação é intensa desde as primeiras horas desta terça-feira.
Do lado de fora, ambulantes montaram ao menos cem barracas. Ali, eles negociam salgados, flores e velas.
Antônia da Silva, 43, e o filho João Vitor, 11, saíram do Jardim Tarumã por volta das 5 horas. Os dois foram para frente do cemitério e lá vendem fatias de bolos e doses de café. “Se tudo der certo, vamos arrecadar R$ 80 até o fim do dia dinheiro que vai ajudar a gente quitar o aluguel”, disse a mãe, que se diz “ambulante de primeira viagem”.
Perto da Antonia, o microempresário Wellinton Araújo, 42, mais três filhos movimentavam um negócio mais rentável: flores artificiais. A família Araújo levou para o local ao menos 200 arranjos e, se vendidos todos, o lucro pode alcançar a casa dos R$ 2 mil.
Neusa Lino, 38, feirante, vendia salgados feitos na hora. Ela foi para frente do cemitério com seis parentes.
Já do lado de dentro do cemitério, a agitação era maior no túmulo da garotinha Fátima Aparecida Vieira, morta aos sete anos de idade na década de 1980.
Essa menina era uma devota de Nossa Senhora Aparecida. Ela ia fazer uma prova no dia seguinte e resolver rezar em frente a imagem da santa. Durante a oração, uma vela caiu em seu vestido, pegou fogo e ela morreu.
Há pelo menos 24 anos, o túmulo dela, cuidado pelo irmão Paulo Eduardo Vieira, 48, é que mais recebe visitas no dia dos Finados.
O gaúcho João Paulo da Silva, 33, disse que nenhum parente seu é sepultado aqui em Campo Grande, mas ele reservou um tempo para prestar homenagem a seus familiares enterrados em cemitérios do Rio Grande do Sul. Ele levou velas e acendeu no cruzeiro do cemitério, onde os católicos promovem rezas o dia todo.
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