Super Bowl chega à 50ª edição com milhares de fãs no Brasil
A última edição foi assistida por mais de 114 milhões de pessoas nos EUA
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A última edição foi assistida por mais de 114 milhões de pessoas nos EUA
Você sabe o que é Super Bowl? Se a resposta é não, saiba que a cada ano mais brasileiros acompanham o principal campeonato de futebol americano, a National Football League (Liga Nacional de Futebol, em tradução livre), ou simplesmente NFL. E aguardam ansiosamente pelo Super Bowl, a grande final da liga, disputada por 32 times dos Estados Unidos. Na noite de amanhã (7), Carolina Panthers e Denver Broncos disputam a celebrada 50ª edição do Super Bowl.
Na terra natal da NFL, o sucesso do esporte não é novidade. A última edição do Super Bowl, em 1º de fevereiro de 2015, foi assistida por mais de 114 milhões de pessoas só nos Estados Unidos. É a maior audiência da televisão daquele país para um só programa. O recorde anterior, de 112 milhões de telespectadores, pertencia ao Super Bowl de um ano antes.
Embora bem mais modestos, os números no Brasil impressionam. A pesquisa do Ibope Repucom, encomendada pela ESPN Brasil, revelou que 27 milhões de brasileiros têm interesse pelo esporte. O Brasil, de acordo com a pesquisa, é o segundo maior mercado da NFL fora dos Estados Unidos. À frente do Brasil, só o México.
O Super Bowl de 2015, segundo a ESPN Brasil que transmite a NFL por aqui, foi visto por mais de meio milhão de pessoas. De acordo com o canal, foi a maior audiência nos últimos quatro anos e superou em 73% o número de espectadores da edição anterior. Durante a partida, a base de fãs do canal nas redes sociais aumentou em mais de 10 mil usuários. Foram quase 150 mil interações somente em posts sobre o Super Bowl.
Para Paulo Rogério D’Amaro, ou simplesmente Paulo Mancha, comentarista da ESPN Brasil para as partidas da NFL, a tendência é de maior popularização do esporte no país a cada ano. “O futebol americano vem crescendo no Brasil desde 2006. E não teve um momento de baixa, de desânimo ou queda de audiência. Só sobe. Esse ano é o melhor e acredito que o ano que vem seja melhor ainda”.
Uma das estratégias da emissora que contribui para conquistar mais adeptos da NFL a cada ano é o didatismo nas transmissões. Regras básicas do esporte são explicadas pelos comentaristas durante as partidas, conforme as situações aparecem no jogo. Por redes sociais, telespectadores interagem e enviam perguntas à equipe de transmissão.
“A gente tem orientação para dar uma atenção especial ao público novo, quem está entrando. Dá para perceber que muitas pessoas começaram a acompanhar o jogo nessa última temporada. Eu tento fazer comentários que agradem a todos, tanto quem chegou agora como quem assiste há muitos anos”, explica Mancha.
Popularidade também dentro do campo
Não é só na frente da televisão que o esporte tem adquirido mais adeptos. Cada vez mais times de futebol americano são formados no país, com federações em vários estados, campeonatos locais e nacionais. Rodolfo Oliveira é presidente da Federação Brasiliense de Futebol Americano, além de atleta de um dos times da capital, o Brasília V8. Ele explica que a paixão pelo esporte ainda é o principal combustível, em um cenário de pouco patrocínio e incentivo.
“A federação não tem patrocínio ainda. Estamos indo atrás de empresas públicas e privadas que tradicionalmente apoiam o esporte. Mas por enquanto a federação se mantém com a taxa de filiação dos times. Estamos no esporte muito pelo amor. Infelizmente ainda não é um esporte que promove ganho financeiro”.
As dificuldades, no entanto, são menores diante do interesse crescente pelo esporte. O campeonato brasiliense da modalidade chega à terceira edição em 2016, mas já começa a ocupar as arquibancadas. “A gente tem tido um público bastante surpreendente, saiu daquele núcleo só das famílias dos atletas. No ano passado tivemos uma média de 700 a 800 pessoas por jogo. Para este ano, esperamos trazer de 1 mil a 2 mil torcedores”, disse Oliveira.
Os times também engatinham no quesito apoio. Alguns têm patrocínio, mas não o suficiente para pagar salário aos atletas, que precisam se manter com outras atividades. No Brasil, a modalidade ainda é amadora. “A maioria das pessoas que deixam o time o fazem por motivos profissionais. Por não conseguir mais conciliar estudo ou trabalho com a prática do esporte. É um esporte que exige muito da pessoa, muito preparo, muita disciplina”, afirma Oliveira.
Gustavo Alecrin é jogador dos Tubarões do Cerrado, mais antigo time de futebol americano de Brasília, formado em 2004. Apesar da inexistência de condições para uma prática em alto nível, ele vê um futuro promissor para o esporte. “O futebol americano vem crescendo bastante e isso aumentou nossa visibilidade. Acho que o esporte vai crescer muito. Quem sabe em um futuro próximo a gente não consiga encher um estádio?”.
O site All Sports TV transmite desde o ano passado, pela internet, os campeonatos de futebol americano disputados no Brasil e tem tido retorno. Ao longo de 2015 foram 82 horas de transmissão, com uma audiência superior a 172 mil internautas. “O nosso retorno sempre foi positivo e esperamos aumentar isso para essa temporada de 2016. Como acompanhamos as mídias sociais durante as partidas, criamos uma laço de interatividade muito grande com o torcedor, que acaba participando da transmissão com comentários”, afirma Dionísio Rodrigues, diretor de marketing da All Sports TV.
Paulo Mancha ainda acha cedo para transmissões ao vivo dos campeonatos nacionais na televisão, mas já vê no esporte potencial para ocupar espaço em uma emissora. “Ainda há um descompasso no futebol americano feito no Brasil. Existem estádios bons, com estrutura boa para transmissão de TV, e outros sem estrutura nenhuma. Isso precisa ser equacionado, mas já é possível mostrar compactos de jogos ou programas específicos sobre o esporte no Brasil”, diz o comentarista.
Copa do Mundo de futebol… americano
O ano de 2015 foi um marco para o esporte no Brasil. A seleção brasileira participou de sua primeira Copa do Mundo. O torneio, disputado apenas por atletas amadores, ocorreu nos Estados Unidos e o Brasil ganhou a vaga após vencer o Panamá. Mesmo depois de conquistar a vaga em campo, os jogadores precisaram lutar muito fora dele para conseguir chegar ao Mundial. Crowdfunding (uma forma de financiamento coletivo feito pela internet), patrocínios pessoais e ajuda de parentes foram algumas das soluções encontradas.
“Alguns conseguiram patrocínio, que foi o meu caso. Mas nem todo mundo teve essa sorte nem o dinheiro para bancar isso. Até porque é uma viagem cara, dólar caro, dez dias lá. Mas deu certo, a maioria viajou”, explica Augusto “The Bus”, atleta da seleção brasileira e do Tubarões do Cerrado.
Com pouco dinheiro, a seleção brasileira teve que chegar um dia antes do evento, enquanto as outras seleções chegaram com uma semana de antecedência. Atrás de passagens mais baratas, cada atleta desembarcou em uma cidade diferente. A pouca tradição no esporte e as dificuldades não impediram o Brasil de fazer história. O time venceu a Coreia do Sul por 28 a 0, em um dos três jogos que disputou.
“Ganhamos da Coreia do Sul, que pratica futebol americano há 30 anos. A gente é um país muito novo no esporte e ganhamos deles. Essa vitória representa o grande potencial do Brasil no esporte”, diz “The Bus”.
Entenda o futebol americano
O futebol americano é um jogo de conquista de território. Cada time tem quatro jogadas para avançar dez jardas (9,14 metros) com a bola. Caso avance, ganha direito a mais quatro jogadas e assim por diante. Caso não consiga, devolve a bola para o time adversário, que terá sua oportunidade de atacar.
Cada time conta com 11 jogadores titulares de ataque e 11 de defesa. O quarterback é uma espécie de “camisa 10” do time. É das mãos dele que sai a maioria das jogadas de ataque, seja lançando a bola para outros jogadores ou entregando nas mãos de um companheiro para uma corrida. Em algumas jogadas, ele mesmo corre com a bola.
A principal pontuação do jogo é o touchdown e vale seis pontos. Um touchdown acontece quando um jogador recebe a bola no fundo do campo adversário ou corre com ela até lá (local chamado de “end zone”). Após o touchdown, o time tem direito a tentar um ponto extra, chutando a bola no meio das traves. O time também pode tentar uma conversão de dois pontos, através de uma jogada normal de ataque a partir da linha de duas jardas, passando ou correndo com a bola até a end zone.
Outra pontuação recorrente nas partidas é o field goal. É um chute executado pelo kicker, jogador que só entra em campo em situações de chute. O field goal rende três pontos ao time se a bola chutada passar pelo meio das traves no fundo do campo. Após uma pontuação, a bola é devolvida ao adversário, para que ele inicie sua campanha de ataque.
Existem várias situações caracterizadas como falta no futebol americano. Dentre elas estão agarrar a grade do capacete do adversário, atingir o adversário “cabeça com cabeça” ou acertá-lo após o término da jogada.
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