Desemprego atinge recorde com 14,4 milhões de pessoas no Brasil

Taxa de desemprego é de 14,4%, conforme dados analisados de dezembro a fevereiro

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

O número de desempregados atingiu recorde no Brasil e chega a 14,4 milhões de pessoas sem ocupação. O desemprego atingiu a taxa de 14,4% no trimestre de dezembro a fevereiro, conforme dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (30). 

O Instituto aponta que o número de desempregados atingiu o recorde, desde o início da série histórica da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, em 2012. O dado aponta uma alta de 2,9% ou de mais 400 mil pessoas desocupadas no Brasil, em comparação com o trimestre anterior. 

Ainda assim, a desocupação ficou estável em 14,4% em relação ao trimestre anterior, que foi de 14,1%. No trimestre do ano passado, a taxa de desemprego foi estimada em 11,6%. O IBGE indica que a estabilidade na quantidade de pessoas ocupadas se deve à informalidade, ou seja, aumentou o número de pessoas que trabalham por conta própria. 

“O trimestre volta a repetir a preponderância do trabalho informal, reforçando movimentos que já vimos em outras divulgações – a importância do trabalhador por conta própria para a manutenção da ocupação”, comenta a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

Apenas a categoria de trabalhadores por conta própria, que totaliza 23,7 milhões de pessoas, apresentou crescimento (3,1%) na comparação com o trimestre anterior. O dado representa mais 716 mil trabalhando por conta própria. 

Dados do IBGE ainda mostram que a população fora da força de trabalho, ou seja, que não estava nem ocupada nem desocupada na semana de referência, manteve-se estável em 76,4 milhões.

A analista de pesquisa explica que o indicador que cresceu muito em 2020, em função do afastamento das pessoas do mercado de trabalho. “Essa população fora da força foi afetada pelas restrições de funcionamento das atividades econômicas e pelas medidas de proteção. Muitas deixaram de procurar trabalho, outras perderam o trabalho e não viam condições de se reinserir, parando de exercer pressão no mercado de trabalho. Quando confrontamos com fevereiro de 2020, a população fora da força de trabalho é muito maior em função da própria dinâmica que a pandemia trouxe para o mercado de trabalho”, observa.