Dólar à vista recua 0,17% e fecha a R$ 4,9345 em dia de ajustes

Após ensaiar pela manhã dar continuidade ao movimento de alta de ontem e correr até a máxima de R$ 4,9715 (+0,58%), o dólar se firmou em baixa ao longo da tarde, em meio ao aumento do apetite ao risco no exterior diante de sinais de resolução do impasse em torno do teto da dívida dos […]

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Dolar Moeda estrangeira
Imagem ilustrativa. (Reprodução)

Após ensaiar pela manhã dar continuidade ao movimento de alta de ontem e correr até a máxima de R$ 4,9715 (+0,58%), o dólar se firmou em baixa ao longo da tarde, em meio ao aumento do apetite ao risco no exterior diante de sinais de resolução do impasse em torno do teto da dívida dos EUA. Depois de descer até mínima a R$ 4,9240, o dólar encerrou a sessão cotado a R$ 4,9345, em queda de 0,17%, levando as perdas em maio a 1,06%.

Segundo operadores, passado o movimento mais forte de realização de lucros observado ontem, quando o dólar subiu 1,12% e interrompeu sequência de cinco pregões de baixa, investidores mostraram pouca disposição por formação de posições mais fortes.

“Tivemos uma realização de lucros ontem após a queda forte dos dias anteriores, com a expectativa do arcabouço fiscal, mas hoje o dólar variou muito pouco. Eu ainda vejo um viés de baixa para a moeda, mas nada muito relevante”, afirma o diretor-executivo de câmbio do Banco BS2, Carlos Eduardo Andrade Jr.

Lá fora, o índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente uma cesta de seis divisas fortes – chegou a romper a linha dos 103,000 pontos pela manhã, mas moderou a alta à tarde e girava no fim do dia ao redor dos 102,800 pontos. A moeda americana caiu na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, embora tenha subindo ante o peso mexicano, o principal par do real.

À tarde, o presidente da Câmara dos Representes dos EUA, Kevin McCarthy, afirmou que está “mais otimista” com um acerto em torno do teto da dívida. Segundo McCarthy, o presidente Joe Biden e o líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, “finalmente recuaram” da posição de que não negociariam. Isso diminuiu os temores de um eventual calote nos EUA.

“As bolsas lá fora tiveram um alívio hoje com essa questão do teto da dívida. Saindo isso da frente, o apetite global ao risco deve voltar. Acredito que o real tem espaço para se apreciar mais”, afirma Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital.

Por aqui, investidores digeriram resultado das vendas do varejo e acompanharam as negociações em Brasília para adoção de regime de urgência para apreciação do projeto de lei complementar do novo arcabouço fiscal. Pela manhã, o IBGE informou que as vendas no varejo subiram 0,8% em março ante fevereiro (com ajuste sazonal), na contramão da mediada de Projeções Broadcast, de queda de 0,2%. Na comparação anual (sem ajuste sazonal), houve alta de 3,2%, bem acima da mediana de Projeções Broadcast (+0,7%).

O avanço nas vendas do varejo ratifica a leitura de que a economia brasileira não desacelera no ritmo previsto pela maioria dos analistas, sugerindo espaço menor para arrefecimento da inflação. Isso alimenta, em tese, as expectativas de que uma redução da taxa Selic, hoje em 13,75%, virá mais para o fim do terceiro trimestre – o que garante taxa de juros real muito atraente aos investidores estrangeiros por mais alguns meses

O BC informou hoje que o fluxo cambial em maio (até o dia 12) é negativo em US$ 881 milhões, resultado de entrada líquida de US$ 1,582 bilhão pelo comércio exterior e saídas líquidas de US$ 2,463 bilhões pela conta financeira. No ano (até 12 de maio), o fluxo cambial total é positivo em US$ 12,436 bilhões.

“Temos visto um fluxo exportador muito grande com a sazonalidade da safra. O agronegócio está gerando uma pressão vendedora no câmbio. E ainda temos fechamentos de operações de câmbio atrasados”, afirma o diretor-executivo de câmbio do Banco BS2.

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