Alta do dólar compensa queda com ‘efeito coronavírus’ e balança comercial de MS fica positiva
Dados consolidados sobre as operações de compra e venda de Mato Grosso do Sul para o exterior no primeiro trimestre de 2020 mostram superávit de US$ 493 milhões. O dado consta na Carta de Conjuntura do Setor Externo, publicada nesta segunda-feira (6) pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Produção e Agricultura […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Dados consolidados sobre as operações de compra e venda de Mato Grosso do Sul para o exterior no primeiro trimestre de 2020 mostram superávit de US$ 493 milhões. O dado consta na Carta de Conjuntura do Setor Externo, publicada nesta segunda-feira (6) pela Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Produção e Agricultura Familiar).
O resultado, porém, é mais resultado da flutuação do dólar do que do aumento do mercado externo, já que as exportações caíram mais de 20% no período na comparação com 2019.
A divisa norte-americana, por sua vez, teve cotação média de R$ 4,88, superando os R$ 5 no fim de março. Um dólar mais alto torna os produtos brasileiros mais baratos –e atrativos– para o mercado externo, que convive desde o início do ano com os problemas dos mercados domésticos decorrentes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que reduziram a atividade econômica global.
As exportações totalizaram US$ 1.104.874.000, abaixo dos R$ 1.283.610.000 no trimestre inicial de 2019. Já as importações recuaram de US$ 640.923.000 para US$ 611.647.000, gerando um saldo de US$ 493.227.000.
Celulose, soja, carne bovina, carne de aves e milho, além do minério de ferro, algodão e açúcar, foram destaques das vendas externas no primeiro trimestre. As exportações, porém, foram 23,26% inferiores ao verificado entre janeiro e março de 2019. Conforme a Semagro, a taxa de câmbio favorável ajudou a amenizar os efeitos desfavoráveis do coronavírus.
Análise da pasta aponta uma “estabilidade das exportações” apesar da queda nos dois principais produtos exportados pelo Estado –as vendas de celulose recuaram 39% (de US$ 553,3 milhões para US$ 430,9 milhões, com a queda de 200 mil toneladas vendidas), e as de soja em grão, 19,47%. A maior queda coube ao milho em grão: 62,34% (US$ 49,2 milhões para US$ 18,5 milhões).
“Esse cenário pega o início do coronavírus no Brasil e uma situação bem diferente em relação à China. No atual momento, os chineses têm buscado uma recomposição de estoques”, disse o titular da Semagro, Jaime Verruck, à espera de que a retomada da economia do gigante asiático poderá levar a compras no Estado.
A China é o principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, respondendo, no período, por 45,28% das operações internacionais de venda (no período, as vendas totais caíram de US$ 572,2 milhões, recuaram a US$ 500,3 milhões). “Continuamos monitorando as operações”, disse Verruck. Também houve incremento nas vendas para a Coreia do Sul (222,32%) e o Japão (87,98%), enquanto as exportações para os Estados Unidos recuaram 68,43% (de US$ 87 milhões para cerca de US$ 27 milhões).
Ainda segundo Verruck, a Semagro se concentra neste momento em adotar protocolos de segurança para manter o nível da produção e do emprego na indústria, além de garantir fluxo logístico interno de cargas e embarques nos portos, a fim de evitar novas derrapagens. “A queda na celulose, por exemplo, ocorreu exclusivamente por um travamento da carga, que não conseguiu ser embarcada para a China”, afirmou ele.
Em alta
O estudo da Semagro mostra que alguns setores não foram abalados pelo coronavírus. Ao contrário: as operações externas de carne bovina subiram 9,31% (de US$ 165,3 milhões para US$ 180 milhões), enquanto a de carne de aves disparou 42,08% (US$ 46 milhões para US$ 65,3 milhões) em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Também houve crescimento nas vendas de minério de ferro do Estado, na ordem de 54,79% em termos de valor. As vendas de açúcar subiram 47,77%. A maior alta, porém, coube ao algodão, que elevou as exportações em 167,06% empurrado pela safra de 2019 (US$ 3,6 milhões para US$ 9,8 milhões).
“Observamos com cautela o mercado da carne. Houve uma alta nas exportações, mas a situação no cenário interno requer atenção. Também estamos monitorando a relação da China com os EUA e mantendo a questão da logística e do funcionamento interno da agroindústria do Estado para obter um resultado diferente nos próximos meses”, complementou o secretário.
Compras
Já as importações seguem dominadas pelo gás natural boliviano, insumo usado pela indústria local que representou 58,27% das compras externas. A alta no consumo foi de 3,19%.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Taxas avançam com mensagem dura do Copom e pessimismo fiscal
Em meio ainda à maior cautela no ambiente externo
Câmara aprova fim da cobrança de roaming entre países do Mercosul
O texto segue para análise do Senado
Rompimento de fibra ótica deixa serviços de prefeitura em MS fora do ar
Prefeitura de Corumbá ficou com serviços fora do ar nesta quinta
Natal: instituto identifica itens da ceia com peso abaixo do anunciado
A Operação Pente Fino Natal fez a verificação entre 25 de novembro e 6 de dezembro
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.