Arrecadação ultrapassa 700 mil reais em leilão da Embrapa Pantanal
Participação de cerca de 200 produtores rurais
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Participação de cerca de 200 produtores rurais
Durante o 1º Leilão da Embrapa Pantanal e convidados, realizado no último dia 09 em Corumbá (MS), todos os 429 animais ofertados foram vendidos. Com a participação de cerca de 200 produtores rurais, tanto no local quanto em outros estados (considerando a transmissão ao vivo e online), a arrecadação chegou a R$ 798.600. 30 touros Nelore reprodutores de 24 a 36 meses de idade foram leiloados, somando RS 143.760. Em relação aos animais de corte, 364 bovinos foram vendidos por R$ 453.240, ao todo. Já os equinos pantaneiros, de elite e serviço, totalizaram 35 animais e uma arrecadação de R$ 201.600.
“Os preços foram muito bons, principalmente os dos equinos que a gente vendeu. É um reconhecimento do esforço que a gente faz para a melhoria da raça do cavalo Pantaneiro. Isso também acontece com os bovinos. Temos realizado todo um trabalho de melhoramento, de seleção genética. Nós conseguimos trazer lotes uniformes, que têm potencial para engorda, no caso das vacas, e para crescimento, no caso dos bezerros”, diz Emiko Resende, chefe-geral da Embrapa Pantanal. “A finalidade do leilão vai além de conseguir bons preços. Nosso objetivo maior é colocar à disposição a genética desses animais e a aceitação foi muito boa”, diz Ériklis Nogueira, pesquisador da instituição que coordenou a comissão responsável pelo evento.
Palavra do comprador
Carlos de Barros, que arrematou dois touros reprodutores da Embrapa, conta que um dos grandes atrativos desses bovinos é a rusticidade que favorece a produção nas terras pantaneiras. “A linhagem do touro que nós adquirimos é voltada para produzir carne e melhorar o acabamento de carcaça para os bezerros futuros (a gente trabalha com o ciclo completo). Nós queremos produzir carne de melhor qualidade”, diz. “Quando o touro passa por essa investigação como a Embrapa faz, de verificar toda a progênie, a linhagem e a seleção genética, vemos a diferença no ganho de peso e na hora do abate. Com certeza, temos que investir em animais melhoradores para poder aprimorar a carne pantaneira”.
Em Cuiabá (MT), diversos produtores se reuniram para acompanhar a transmissão televisiva do leilão no Núcleo do Cavalo Pantaneiro – o que resultou na compra de seis potras e uma égua de elite entre os integrantes do grupo. “A Embrapa Pantanal, com todo esse tempo de trabalho – são mais de 25 anos fazendo a seleção de cavalos Pantaneiros – já tem uma marca registrada. Você identifica facilmente o animal da empresa”, afirma o criador Paulo Moura, que trabalha com a raça há mais de 30 anos e mantém, hoje, uma fazenda com um rebanho formado inteiramente por equinos Pantaneiros. “Estamos satisfeitos de ter, agora, no nosso plantel o sangue desses animais da Embrapa”.
Relevância no mercado
Para Luciano Leite, presidente do Sindicato Rural de Corumbá, eventos como o do último sábado valorizam a qualidade de equinos e bovinos criados no Pantanal. “A genética pantaneira está saindo daqui para produzir carne para o Brasil, para o mundo todo”, diz. “Isso vem trazer o que a Embrapa fez de melhor para os produtores rurais da região pantaneira, do estado e de outras regiões”. Antônio Rosa, pesquisador da Embrapa Gado de Corte que ajudou a implantar o programa de melhoramento genético bovino no Pantanal, reforça: “A própria comunidade vai ajudar a incentivar os pesquisadores a trabalhar com mais dedicação, vendo o produto do trabalho deles sendo valorizado”.
Com o sucesso das vendas e a procura pelo livro “Cavalo Pantaneiro: rústico por natureza”, lançado em Mato Grosso do Sul durante o evento, Emiko Resende afirma que a Embrapa Pantanal consolida sua atuação junto aos produtores pantaneiros para favorecer o mercado e atender às demandas do consumidor, aliando sustentabilidade e produtividade. “Mesmo que tenhamos feito o leilão aqui, como estivemos conectados a outras regiões, pudemos alcançar mais compradores”, afirma. “Se os animais criados no Pantanal, com todos os extremos da região, encontrarem melhores condições de alimentação em locais como o Planalto, aí é que vão crescer!”.
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