Dólar tem dia volátil sobre o real, após buscas na casa de Cunha

 Investidores evitando fazer grandes operações

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 Investidores evitando fazer grandes operações

O dólar tinha uma sessão volátil nesta terça-feira, com investidores avaliando as implicações da nova rodada de buscas relacionadas à Operação Lava-Jato, que envolvem o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O mercado continuava apresentando baixo volume de negócios, com investidores evitando fazer grandes operações na véspera da esperada elevação dos juros nos Estados Unidos. Outro motivo para a cautela era a proximidade da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) que deve decidir sobre a tramitação do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, marcada para quarta-feira.

Às 14:12, o dólar avançava 0,06 por cento, a 3,8887 reais na venda, após recuar a 3,8506 reais na mínima do dia e subir a 3,8962 reais na máxima.

“Não estão claras as consequências dessa ação (da Polícia Federal), é um debate que está percorrendo o mercado. Quando a política é o ‘driver’, a situação fica menos previsível e o resultado é volatilidade”, resumiu o operador de uma gestora de recursos internacional, sob condição de anonimato.

A PF realizou nesta manhã ação para cumprir mandados de busca e apreensão em residências de Cunha, de dois ministros e de outros políticos.

Cunha tem encabeçado a campanha pelo impeachment de Dilma, algo visto como positivo no mercado de maneira geral. Por outro lado, ele também tem dificultado a aprovação de medidas de austeridade fiscal na Câmara, piorando a perspectiva econômica para o Brasil.

Uma fonte do Palácio do Planalto disse nesta terça-feira que a presidente Dilma Rousseff decidiu que a meta de superávit primário do setor público consolidado de 2016 não será de 0,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), como defende o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e que deve ficar abaixo de 0,5 por cento.

Ainda no front político, no início da tarde o Conselho de Ética da Câmara aprovou parecer preliminar que dá prosseguimento ao processo contra Cunha que pode resultar na cassação de seu mandato..

A notícia vem um dia antes de sessão do STF que definirá a validade da eleição de membros da comissão especial da Câmara que analisará a abertura do processo de impeachment.

Nos mercados externos, o dólar tinha um dia mais tranquilo após diversas sessões de aversão ao risco, com a alta dos preços do petróleo nutrindo o apetite por ativos de mercados emergentes.

O centro das atenções, porém, é a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que deve anunciar na quarta-feira o primeiro aumento de juros em quase uma década.

“O mercado dá como fato que o Fed vai subir juros amanhã. Mas é um evento importante e é normal que o mercado trabalhe com um pouco mais de cautela enquanto isso não se confirma”, disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

O Banco Central fará nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra, em operação que não tem como fim a rolagem de contratos já existentes.

Pela manhã, o BC também deu sequência à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 6,019 bilhões de dólares, ou cerca de 56 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.

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