Com ‘trampo’ de assessoria, empreendedor monta a própria agência de viagens

Empresário trocou o trabalho de convencer campo-grandenses a conhecer Bonito pelo de promover viagens internacionais

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Empresário trocou o trabalho de convencer campo-grandenses a conhecer Bonito pelo de promover viagens internacionais

Início do ano 2000, Diego Lima era acadêmico de Administração e já estava inserido no mercado, com projeção de crescimento na área. Ele era funcionário do principal Holding do ramo de supermercados no Estado. Zona de conforto que trocou por uma mudança para Europa, onde como primeiro emprego se tornou guia de viagem. A experiência que durou dez anos o trouxe novamente ao Mato Grosso do Sul, onde ele fez o seu reinício com  um micro negócio  de personal viagens: deu certo.

“Me joguei para a Europa depois de informações de amigos meus que foram para lá e me animaram. Para ficar eu precisava arranjar um emprego em até três meses, felizmente consegui após 21 dias e muita insistência. A porta que me abriu foi de guia de viagem,de uma empresa que desenvolve um tipo de negócio comum em Portugal, Espanha e Itália: Marketing Promocional com Turismo”, conta Diego sobre o aprendizado como auxiliar de passeio e vendedor de produtos aos turistas no final de cada excursão. A sua renda dependeu durante dez anos da venda emplacada de camisetas, lençóis ou até colchões com os viajantes: não bastava apenas orientar.

Aos trinta e quatro anos,no retorno ao Brasil, o sonho de montar uma agência de turismo, que começou apenas com uma mesa, um computador e um telefone. Se não dava para ter uma empresa, Diego entrou no Mercado com um personal viagens, que arrecadou público-alvo pelo Facebook. A estratégia inicial do negócio era levar jovens com faixa etário entre 18 e 35 anos para belezas naturais do Estado e de regiões vizinhas a baixo custo. O passeio até Bonito-MS, de dois dias com transporte até a cidade, alimentação e entrada no Balneário ficava em apenas R$ 90,00.

“Tão barato e mesmo assim os meus clientes dessa época sempre barganhavam, para receber era um sufoco. Achei justamente o contrário quando abri a primeira excursão. Pensava: quanta gente de Campo Grande não conhece Bonito? Quem não gostaria de conhecer se fosse barato? Não foi bem assim. Tentei o mesmo modelo de negócio com outros destino do mesmo gênero, Rio Verde, Chapada dos Guimarães e sem o sucesso que esperava mudei radicalmente a atuação de Mercado”, fala Diego que no final de 2013, após dois anos de atividade como assessor de viagens desistiu de fazer o campo-grandense conhecer os destinos turísticos do seu Estado.

Transição

A decepção com os campograndenses de idade entre 18 e 35 anos aptos ao Ecoturismo poderia ter falido o micronegócio de Diego Lima, mas o levou a voos maiores. Na estratégia do ‘Win or Wall’ trocou a comercialização de pacotes de R$ 90,00 a 150,00 por organizar excursões ao Exterior. O preço médio para a pessoa fazer parte do grupo de viagem coordenado por ele é de R$ 9 mil. Novos tempos,  e uma clientela mais lucrativa e melhor de se administrar segundo ele, que tem como regra destinos a Europa e Oriente Médio: Estados Unidos e Caribe nem pensar.

“Sempre viajamos para lugares do Brasil e fora também. A vantagem de recorrer a uma assessoria como essa tem muitos benefícios. Graças ao suporte dele não precisamos nos preocupar com a alimentação, já que fica incluída no pacote. Existe também a programação e indicação dos passeios, o que valoriza o aproveitamento da viagem. Depois de tantos anos de trabalho mereço esse mimo na aposentadoria”, diz a educadora Marlene Balejo, que descobriu Diego Lima por indicação. Ele foi ao escritório dele com uma amiga, a professora aposentada Maria Jacques Teixeira, para fechar a participação em um passeio ao Egito e Turquia.

Sobrevivência

Estatística do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que de cada 100 empresas abertas, 48 ‘morrem’ antes de completar três anos de atividade. A Diego Organiza sobreviveu a essa lâmina estatística afiada, já que opera pelo quarto ano no Mercado. O motivo da resiliência tem uma explicação básica, que é encontrada por 80% das micro e pequenas empresas que recorrem a suporte técnico quando iniciam suas atividades: capacidade de mudar o modelo de negócio a partir de planejamento e informação.

“A manutenção de uma empresa está estritamente ligada à dinâmica dela quanto a sua estratégia de ação no Mercado. O empreendedor precisa o tempo todo olhar o negócio como empresa e como cliente e se perguntar se a atividade está realmente tendo sucesso. A informação tem um poder muito forte que muitos ignoram, pois sobrevivência empresarial depende de planejamento”, ressalta a consultora técnica do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Renata  Maia.

No planejamento atual da Diego Organiza, encontrado depois de dois anos de existência, o foco claro citado pela administradora: ‘Levar para o exterior o viajante que não conhece destinos de fora do Brasil, ou clientes que já saíram do País mas não conheceram o destino de algum pacote’. 

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