Procura por motos dispara em Campo Grande e falta de estoque faz cliente esperar até 4 meses após compra

Com alta da gasolina, as motos se tornaram opção mais atraente para o bolso dos campo-grandenses

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Motos populares
(Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

Seja para economizar na gasolina ou ter facilidade na mobilidade urbana, as motos têm sido a opção de muitos condutores na hora de escolher um veículo nos dias atuais. Entretanto, o sonho de liberdade sobre duas rodas terá que ser adiada para muitos motociclistas de Campo Grande, pois, as grandes concessionárias têm tido dificuldades para repor os estoques devido à grande procura de modelos populares.

Em uma concessionária Yamaha da Capital do Mato Grosso do Sul, um vendedor relatou a grande procura por motos populares. “A demanda por motos está muito alta em todo o Brasil. Você faz o pedido para a fábrica, mas pode demora até 20 dias para eles liberarem. E no mínimo mais 15 dias para a entrega”, disse ele.

Na concessionária, a Yamaha Factor 125 é comercializada por R$ 14.890 e a 150 por R$ 15.990. Ambas no preço à vista, mas somente por encomenda.

Em uma loja da Honda em Campo Grande, outro consultor de vendas também relatou um fenômeno semelhante. “Dependendo da concessionária que o cliente procura, ele não acha. Não está tendo motos, mas nós já conseguimos normalizar o fluxo”, disse ele.  

  

Motos populares
(Foto: Leonardo de França / Jornal Midiamax)

E identificou o motivo. “As motos populares chegam praticamente vendidas. Ainda mais agora com o preço da gasolina”, explicou o vendedor. No estabelecimento, a Honda CG 160 Fan saí por R$ 17.350 e a Honda CG 160 Start por R$ 15.720, no pagamento à vista.

Demora decepciona

Para o chargista Milton César Ornellas, de 51 anos, a peregrinação por uma moto popular percorreu as duas grandes montadoras, mas sem um sucesso à vista.  

“Estou procurando e não encontro a pronta entrega em nenhuma concessionária, procurei nas duas marcas. A preferência é uma Yamaha, liguei em três e nenhuma tem a pronta entrega, só para daqui a 30 ou 40 dias. Na Honda eu procurei a Bros 160, mas só tem para encomenda, com um prazo de 120 dias para a entrega”, disse ele.

Após se envolver em um acidente, a sua antiga moto ficou muito danificada o que o incentivou a buscar uma moto nova. “Pensei em comprar um carro, mas com o preço que está a gasolina eu não iria ficar andando o tempo todo de carro. Poderia consertar a minha e comprar o carro, mas iria ter o preço da manutenção. Achei melhor uma moto nova. Além de ser econômica vai ficar um bom tempo sem dar problema. Mas fiquei impressionado e decepcionado com essa falta, estava ansioso para comprar”, disse ele.

Ciclo de desabastecimento

Em outra concessionária da Yamaha em Campo Grande, um consultor de vendas detalhou a sequência de fatos que levaram ao momento atual. “Esse problema de não ter moto começou na pandemia. Antes era porque estava tendo um surto em Manaus, onde fica a montadora, por conta disso elas demoravam para chegar. Agora o problema tem a ver com as peças, não tem peças chegando. A Lander e a Fazer por exemplo, são apenas montadas no Brasil. As peças vêm de fora e as motos podem demorar até 120 dias para serem entregues”, disse ele.

A demora também pode trazer consigo outros problemas. “Quando a peça chega no Brasil pode haver divergência de preços. A moto sai de R$ 30 mil para R$ 33 mil. Nesse caso, o cliente tem a opção de desistir ou arcar com a diferença no financiamento, que corresponde a 95% das formas de compra. Já chegue a tirar dinheiro do bolso e cobrir a diferença para não perder a venda, ficando com uma comissão menor. Os estoques já tiveram até 200 motos a pronta entrega, hoje é só por pedido”, finalizou.

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