O corpo, já em decomposição, da sucuri Vovózona segue sendo submetido aos trabalhos da perícia na tentativa de descobrir as causas da morte ou mesmo afastar a possibilidade de crime ambiental em Bonito. Os trabalhos são conduzidos pela Perícia Criminal da Polícia Civil que descartou o abate por arma de fogo.

Feita a perícia inicial in loco, onde a cobra foi encontrada morta nas margens do rio Formoso, partes do corpo foram trazidos para Campo Grande. O trabalho da perícia continua e o animal vai passar por exames para tentar descobrir as causas da morte, principalmente se há possibilidade de ter sido algo criminoso.

O delegado responsável pelas investigações, Pedro Ramalho, explica ao Jornal Midiamax que com exame de raio-x será possível identificar se a cobra pode ter sido morta a pauladas, por exemplo. A ideia é tentar saber se houve crime ambiental no caso.

“Já sabemos que a primeira notícia divulgada era falsa, já que a cobra não foi morta a tiros. Ficamos muito preocupados no começo com a possibilidade, principalmente por ela estar em seu habitat natural, de difícil acesso e preservado, mas a perícia descartou qualquer possibilidade de tiros”, conta.

A primeira informação a respeito da morte a tiros da cobra foi compartilhada pelo documentarista reconhecido internacionalmente Cristian Dimitrius. A partir de então, as autoridades iniciaram a investigação, mas inicialmente descartaram que a cobra tenha sido abatida a tiros.

Corpo em decomposição

Inicialmente, a PMA (Polícia Militar Ambiental) informou que a cobra passaria por taxidermia para ficar exposta em seu acervo. Porém, o avançado estado de decomposição do corpo impede que isso ocorra.

Só a perícia vai precisar a data da morte da cobra, mas é provável que ela tenha morrido entre os dias 23 e 24 de março e o corpo já estava em avançado estado de decomposição, inclusive com moscas e larvas.
Pedaços do corpo de 6,5 metros serão analisados e outros foram descartados.

O auge do estrelato da sucuri Vovózona

O “boom” do assunto e da fama de Vovózona se deu em 2022, durante a exibição do remake da novela “Pantanal”, da TV Globo, quando o termo “sucuri” estava em alta nas pesquisas. O fato do folhetim ter um personagem que se transformava em uma cobra da espécie aguçou ainda mais a curiosidade da população acerca da espécie.

Só no Jornal MidiamaxVovózona foi notícia inúmeras vezes. Até poucas semanas antes de seu falecimento, ao ter imagens inéditas divulgadas pelo biólogo holandês Freek Vonk, a serpente foi capa de noticiários pelo mundo. Desse modo, ano após ano, seja por algum novo acasalamento, avistamento, momento de refeição, um simples banho de sol, e agora seu falecimento, a cobra segue sendo assunto.

Todos estes holofotes fizeram, por exemplo, vários youtubers se organizarem para ir até Bonito só para conhecer a majestosa sucuri no ano passado. E este tipo de turismo buscando a cobra é, de fato, um dos mais frequentes por lá: todo mundo queria ver Vovózona.