Onça que teve as patas queimadas em incêndios no Pantanal está adaptada à natureza
Miranda foi solta na natureza em 27 de setembro e mostra bons resultados desde então
Da Redação –
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A onça-pintada, que recebeu o nome de Miranda, e teve as patas queimadas gravemente durante os incêndios que assolaram o Pantanal, está novamente adaptada à natureza, de acordo com dados do Onçafari para o Imasul. Miranda foi resgatada em 15 de agosto, no município de mesmo nome, ela foi devolvida ao seu habitat natural em 27 de setembro.
Miranda foi tratada pela equipe do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e pelo Hospital Veterinário Ayty e vem sendo monitora desde sua soltura com auxílio de um colar VHF equipado com GPS. O equipamento é do Onçafari e foi instalado em parceria com o Imasul. A onça, que tem cerca de dois anos, apresenta um excelente estado físico e comportamental.
Dados divulgados indicam que ela alterna entre deslocamentos rápidos e períodos de repouso, que, segundo especialistas, são provavelmente momentos em que se alimenta de carcaças que ela mesma caça. Imagens captadas via satélite reforçam o sucesso de sua reintegração ao ambiente natural.
Segundo o diretor-presidente do Imasul, André Borges, o caso de Miranda é um exemplo notável do que pode ser alcançado por meio da cooperação entre instituições. “A história de Miranda é a prova concreta que o conhecimento técnico e parcerias sólidas, conseguimos transformar situações de vulnerabilidade em histórias de sucesso. Acompanhamos com orgulho sua adaptação e reafirmamos nosso compromisso com a proteção da biodiversidade do Pantanal”.
História
Miranda foi encontrada com dificuldades para andar devido as queimaduras nas patas. Assim foi capturada por uma força-tarefa composta por equipes do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), Gretap, Ibama e PMA (Polícia Militar Ambiental).
A operação de 26 horas envolveu cuidados emergenciais ainda no local, com monitoramento contínuo até sua chegada ao CRAS, em Campo Grande. Ela passou 43 dias recebendo tratamento intensivo, que incluía uma dieta reforçada composta por até 5 kg de carne por dia e sessões de ozonioterapia.
Depois de passar por exames, Miranda foi solta em área selecionada que oferecesse condições ideais para sua readaptação.
A história de Miranda reforça a necessidade de esforços contínuos para garantir que animais afetados por eventos adversos, como queimadas, possam receber uma segunda chance de viver em liberdade, contribuindo para a conservação das espécies no Pantanal. Além de gerar um alerta sobre a questão ambiental, que mostra que as queimadas afetam todos os presentes naquele habitat e geram consequências, algumas até irreparáveis.
Texto: Taís Wölfert
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