'Passei por vários médicos', diz deputada de MS sobre Guillain Barré, doença que é surto no Peru

Peru decretou emergência de saúde nacional depois de quatro mortes e 123 casos confirmados da doença em 2023; deputada Gleice Jane foi diagnosticada com a síndrome neste ano
| 10/07/2023
- 17:53
Bolsonaro gleice
Deputada Gleice Jane. (Luciana Nassar, Alems)

O Peru decretou, no último domingo (09), estado de emergência de saúde nacional por causa da síndrome de Guillain Barré depois que foram registradas quatro mortes e 123 casos confirmados para a doença desde o começo do ano. Além disso, 31 pacientes continuam internados. 

De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome de Guillain Barré é uma doença rara e autoimune, o que significa que o sistema imunológico ataca parte do sistema nervoso. Essa ação afeta os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. 

O pico da doença surge entre os 20 e 40 anos de idade e a incidência anual é de até quatro casos a cada 100 mil habitantes. 

 

Entre os principais sintomas da síndrome está a fraqueza muscular que começa nas pernas e pode progredir para outros membros, como tronco, braços e face, com redução ou ausência de reflexos. 

Também são sintomas:

  • Sonolência;
  • Confusão mental;
  • Coma;
  • Crise epiléptica;
  • Alteração do nível de consciência;
  • Perda da coordenação muscular;
  • Visão dupla;
  • Fraqueza facial;
  • Tremores;
  • Redução ou perda do tono muscular;
  • Dormência, queimação ou coceira nos membros.

Deputada de MS sentiu fraqueza nos braços e pernas

A Síndrome de Guillain Barré pode ser desencadeada por algumas infecções, como Zika, Dengue, Chikungunya, sarampo, vírus de influenza A, hepatite A, B, C, HIV, entre outros.

 

Contudo, a infecção mais comum associada à doença é a Campylobacter, que causa diarréia.

A orientação do é que, caso a pessoa apresente os sintomas, é importante procurar um serviço médico com urgência, pois a demora no tratamento leva até 15% dos casos a óbito devido a insuficiência respiratória, pneumonia aspirativa, embolia pulmonar, arritmias cardíacas e sepse hospitalar.

A procura por ajuda médica e a investigação foram essenciais para a deputada estadual Gleice Jane (PT), diagnosticada neste ano com a Síndrome de Guillain Barré, pouco antes de tomar posse na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul). 

 

Gleice conta que foram 14 dias entre os sintomas e nas pernas até chegar ao momento mais grave da doença e ao diagnóstico, quando foi internada. Atualmente ela passa por um tratamento e sente algumas dores, mas sem sequelas. 

“Passei por vários especialistas e um disse “isso é psicológico, isso é físico”. Você passa por vários e um deles me fez algumas perguntas que me deram uma direção. Então, desde o início eu comecei a desconfiar que pudesse ser [a Síndrome de Guillain Barré], o que me deu um pouco de tranquilidade no processo”, ela relembra. 

A deputada conta que a doença é silenciosa e o diagnóstico foi uma surpresa porque ninguém da família tem a síndrome. Ela não sabe exatamente o que desencadeou a doença, mas que foi um processo infeccioso.

Os primeiros sintomas que Gleice sentiu foram febre, seguida por diarreia e fraqueza nos braços e nas pernas. Ela fez testes de dengue e Covid-19 e todos deram negativos.

“Eu fiquei internada por uma semana e foram trinta frasquinhos de imunoglobulina. Terminando esse processo, depois eu tomo uma medicação e fisioterapia. As medicações ajudam nas dores, mas a fisioterapia que é a milagrosa, que me faz me recuperar”, detalha sobre o tratamento.

Tratamento pelo SUS

O (Sistema Único de Saúde) conta com tratamento para a Síndrome de Guillain Barré, que inclui medicamentos, diagnósticos clínicos e reabilitação. 

O melhor tratamento é direcionado pelo médico, contudo não é preciso tratamento de manutenção fora da fase aguda da doença.

Entre um dos tratamentos disponibilizados pela rede pública está a IgIV (Imunoglobolina Intravenosa) e do procedimento plasmaférese, uma técnica de transfusão que permite retirar plasma sanguíneo de um doador ou de um doente.

Veja também

Dengue matou 40 vítimas em Mato Grosso do Sul este ano

Últimas notícias