Centro recebeu R$ 60 milhões em obras, mas falta de semáforo faz pedestres se arriscarem em cruzamento

“Semana passada teve um atropelamento. O povo tem que correr para passar, é um risco iminente”, reclama pedestre

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Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

O cruzamento entre as ruas Dom Aquino e 13 de Maio tem sido alvo de reclamações de pedestres que passam diariamente pelo Centro de Campo Grande. Mesmo após a prefeitura gastar mais de R$ 60 milhões no Programa Reviva Campo Grande, o cruzamento está sem semáforo para os pedestres, que se arriscam para atravessar a via.

Segundo o comerciante Geovano Zanielli, de 42 anos, quando o semáforo na Rua 13 de Maio fecha, os carros seguem o fluxo, fazem a conversão e o pedestre que quer atravessar se arrisca entre os veículos. “Semana passada teve um atropelamento, os carros não param porque não tem semáforo para as pessoas. O povo tem que correr para passar, é um risco iminente, o pedestre tem que se aventurar”, disse. 

Ele relatou que, entre batidas de motos e atropelamento de pedestres, pelo menos 4 ocorrências acontecem por mês. “Só registra quando é grave, quando não, a pessoa levanta e vai embora”, disse.

“Para o cego é pior ainda, os veículos passam com as pessoas atravessando e quase batem, Campo Grande está complicado”, comenta a comerciante Ângela Maria Fernandes, de 46 anos.

Calçada vira ‘armadilha’

Outro problema indicado é o desnível da calçada localizada no cruzamento. A reclamação é que já houve pedestres que caíram e também os que se machucaram gravemente. Enock Nonato Batista, vendedor ambulante, relata que muitas pessoas passam pela calçada olhando para o celular e tropeçam.

Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax

“Uma senhora de idade estacionou o carro e tropeçou, bateu a cara no chão e machucou o nariz. Todo dia alguém tropeça. Um perigo”, disse.

Viviane Castilho Lema, vendedora, afirma que testemunhou pedestre caindo. “Já vi uma mulher cair de cara no chão e ir sangue pra todo lado por causa dessa calçada, todo dia alguém tropeça, até eu já caí distraída”, afirma.

Ela reforça a reclamação sobre o cruzamento. “Fica o sinal vermelho para os carros e abre para o outro, e os carros não deixam as pessoas atravessarem. Ou você passa correndo ou não passa. Cadê o semáforo para os pedestre?”, questiona.

Em nota, a prefeitura contestou a reclamação dos pedestres e afirmou que o problema é na conduta dos motoristas e motociclistas, que agem em desacordo com o Código de Trânsito Brasileiro.

Sem citar a falta do semáforo para pedestres em um dos cruzamentos mais movimentados da cidade, a prefeitura de Campo Grande afirmou que age de maneira educativa para conscientizar motoristas, motociclistas e pedestres sobre as normas de trânsito.

“Por meio do Departamento de Educação para o Trânsito da Agetran, são realizadas campanhas e abordagens educativas, teatro nas escolas e nas vias, além de videopalestras. Na região central é realizado dentro dessas ações, o teatro itinerante, por meio do qual a Prefeitura leva alegria e informação para todos que estão circulando pelo centro e também para os comerciantes”, diz a nota.

Ainda conforme a nota da prefeitura, “a chefe de Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rota lembra que no Centro de Campo Grande, quando nos comprometemos a andar 30 km/h estamos dizendo sim para a vida, para a própria vida e a de todas as outras pessoas que também têm famílias”.

Por fim, a prefeitura diz: “Ela reforça que aos condutores vale a seguinte regra: independentemente de quem seja é preciso proteger o pedestre. Ao avistar um pedestre, o condutor precisa pisar no freio ou desviar”.

*Alterada às 07h02 em 24/09/22 para acréscimo de posicionamento da prefeitura

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