Enfermeiros usam caixão e cartazes em protesto por reajuste no piso salarial

Ministro determinou que lei do piso seja revisto e decisão vai afetar 29 mil enfermeiros de MS

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Em Campo Grande, categoria protestou contra suspensão do piso (Foto: Henrique Arakaki/ Jornal Midiamax)

Usando cartazes com palavras de ordem e até um caixão, representando o enterro de direitos trabalhistas, profissionais da enfermagem protestam durante desfile da Independência, no Centro de Campo Grande, nesta quarta-feira (7). O ato é reação a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), que suspendeu efeitos da Lei 14.434/2022, que estabelecia o Piso Salarial da categoria em todo o País.

“Às vésperas de conseguir nosso direito, a categoria ficou empacada por conta dessa decisão. Isso vai atrasar em pelo menos 30 dias o reajuste do nosso piso. Estamos esquecidos, morrendo por conta de decisões políticas”, comentou Frank Vandez, do grupo Gigantes da Enfermagem de Mato Grosso do Sul.

Faixas colocadas na rua em protesto por reajuste. (Foto: Henrique Arakaki)

Nas faixas expostas, a categoria não descarta, inclusive, uma paralisação. “Se o piso não aprovar, a enfermagem vai parar”, diz um cartaz.

Após o desfile cívico, os enfermeiros participarão do Grito dos Excluídos, que acontece na sequência. Nesta semana, os profissionais farão manifestação nacional e, em Campo Grande, a expectativa é de que pelo menos 80 trabalhadores participem.

Decisão afeta 29 mil enfermeiros em MS

decisão de Barroso afeta mais de 29 mil profissionais de Mato Grosso do Sul. Nacionalmente, o Conselho de Enfermagem tenta reverter a decisão sobre a demanda que é histórica para a categoria.

Em sua alegação, o ministro Barroso defende que o impacto orçamentário da Lei provocaria demissões e falta de leitos médicos. Ele é ainda relator de uma ação da CNSaúde (Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços) que alega que a aplicação do piso é insustentável financeiramente.

Cofen (Conselho Federal de Enfermagem) afirma que todos os estudos de impactos orçamentários foram devidamente apresentados e debatidos em todas as esferas e, justamente por ser considerável viável a aplicação, a Lei foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em 4 de agosto de 2022.

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