Um dia após o início das operações do corredor de ônibus e dos ‘pontões’ da Rui Barbosa, no Centro de Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes (Patriota) afirmou que uma avaliação técnica será feita e que não descarta mudanças no percurso e melhorias na rua. O Jornal Midiamax mostra, em uma série de reportagens, o caos espalhado pela cidade com a implantação de corredores, muitos inacabados.

Durante agenda pública na manhã desta quarta-feira (21), a prefeita afirmou que críticas de motoristas, comerciantes e passageiros sobre o funcionamento do corredor da Rui Barbosa, uma das vias mais estreitas do Centro da Capital, fazem parte do que é esperado no período de implantação.

“O mesmo questionamento foi feito na Rua Brilhante, onde otimizamos em até 8 minutos o tempo dos ônibus, muito do que ouvimos são especulações”, disparou a prefeita diante das reclamações dos usuários e motoristas, que enfrentam nó no trânsito causado, principalmente, pela localização dos ‘pontões’ ao longo das vias.

Prefeita falou sobre corredor de ônibus recém-inaugurado (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

Em relação a uma reavaliação sobre a operação dos corredores, a prefeita afirmou que processos relacionados ao corredor da Rui Barbosa só podem ser mudados depois de uma avaliação técnica.

“Nossas equipes especialistas em trânsito estarão avaliando todos o percurso e a execução e se tiver oportunidade de melhorias, podemos fazer, mas até o momento não há nada divergente do que está posto”, disse Adriane.

Prefeitura vai cobrar nova frota do Consórcio Guaicurus

Em relação aos ônibus com portas dos dois lados, o que poderia amenizar problemas causados pelos corredores em futuras obras, já que os ‘pontões’ poderiam ficar ao lado direito das vias, a prefeita afirmou desconhecer se existem veículos com essa opção.

O Jornal Midiamax mostrou, em reportagem nesta quarta, que em cidades como Brasília e Curitiba, veículos com duas opções de posicionamento de portas resolveram problemas semelhantes aos registrados em Campo Grande.

Sobre renovação da frota de ônibus, Adriane afirmou que nas novas tratativas que devem ser feitas com o Consórcio Guaicurus para reajuste de tarifa de ônibus, isso deve ser cobrado. “Vamos propor e cobrar a troca da frota”, se limitou a dizer, afirmando que ainda não há uma definição sobre o novo valor do passe de ônibus que deve ser cobrado na Capital a partir do ano que vem.

Corredores de ônibus tentam salvar serviço péssimo

Em uma tentativa de salvar o péssimo serviço prestado pelas empresas que detêm a concessão do transporte na cidade, a Prefeitura de Campo Grande iniciou em 2014 projeto para implantação de corredores de ônibus em várias regiões.

Responsável pela concessão de ônibus da Capital desde 2012 e com mais 10 anos de contrato pela frente, o Consórcio Guaicurus é alvo de reclamações dos usuários do transporte e cobrado na Justiça por não cumprir pelo menos 13 termos do contrato. Termo de Ajustamento de Gestão chegou a ser assinado entre o consórcio e a prefeitura, mediado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), mas por enquanto não houve desfecho e o tribunal segue acompanhando o cumprimento do que foi acordado.

Com R$ 110 milhões aprovados no PAC (Projeto de Aceleração do Crescimento) Mobilidade Urbana, a Capital iniciou as obras em 2017, na gestão de Marquinhos Trad (PSD).

Praticamente cinco anos depois, a cidade permanece um canteiro de obras inacabadas que revoltam passageiros, motoristas, pedestres e comerciantes que enfrentam diariamente o caos trazido pelo reordenamento no trânsito e construções de estruturas bem no meio das avenidas e ruas, os chamados ‘pontões’, as estações de pré-embarque.