Síndrome respiratória em crianças faz UPAs lotarem pela 3ª semana em Campo Grande
Pais continuam reclamando da constante lotação em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande, na busca por atendimento de casos de síndromes respiratórias. O número de crianças tem sido maior do que o número de profissionais plantonistas, como na noite de segunda-feira (9), com nove pediatras atendendo, segundo a escala divulgada pela Sesau (Secretaria […]
Karina Campos –
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Pais continuam reclamando da constante lotação em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande, na busca por atendimento de casos de síndromes respiratórias. O número de crianças tem sido maior do que o número de profissionais plantonistas, como na noite de segunda-feira (9), com nove pediatras atendendo, segundo a escala divulgada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), na unidade do Coronel Antonino e Almeida.
Uma mãe, que preferiu não se identificar, disse que chegou às 19h40 na UPA Coronel Antonino, ficou horas aguardando atendimento para a filha de apenas onze meses. “Eu saí de lá quase 23h. Tenho um filho autista, tive que deixar com uma amiga, mas ele chorava muito por conta da demora de ir buscá-lo. Ela estava muito gripada, febre e com os olhinhos inchados”.
Walesca Delgado estava com o filho febril e tossindo. Saiu do trabalho e seguiu direto para o posto, também enfrentando a fila de espera. Foram cinco horas aguardando atendimento. “É um total descaso com a população, com as crianças. Perderam fichas [de atendimento] que tinham. Tinha pessoas que estavam lá desde as 13h, com bebês chorando e mães exaustas. Depois de brigar, fui atendida 23h”.
Sandro Henrique Faria, de 37 anos, estava na Vila Almeida, com o filho de nove anos, também com sintomas de gripe. Ele relata que quando chegou na unidade, já estava cheio. Esperou por mais de duas horas, e acabou desistindo.
“Estava dividido, do lado esquerdo ficavam pessoas com sintomas gripais e do lado direito as que não estavam. Fora que há uma pausa muito grande no atendimento no período da troca de turno às 19h. Ficam às vezes uma hora sem atender tanto na triagem quanto nas salas médicas”.
Em nota, a Sesau informou que a data citada registrou um número atípico de crianças atendidas em todas as dez unidades de saúde da Capital durante o dia todo. As duas em questão, como possuem atendimento pediátrico 24 horas, apresentaram um número ainda maior de pacientes aguardando por atendimento, porém é importante ressaltar que tanto na UPA Coronel Antonino quanto na Vila Almeida, a equipe estava completa na noite de ontem e ainda recebeu apoio de uma equipe móvel em cada unidade.
“Historicamente o maior volume de atendimento se concentra no início da semana. Não obstante, todas as unidades que possuem atendimento pediátrico acabam tendo uma demanda expressiva, a exemplo da UPA Universitário. Como uma forma de tentar minimizar essa sobrecarga, o Município tem buscado reforçar o quadro funcional destas unidades através da convocação de novos profissionais. Atualmente, todas as unidades onde há o atendimento em pediatria estão sendo mantidas com escalas completas, tendo em média de 5 a 6 profissionais por período”.
Ainda no posicionamento, a Sesau esclareceu que faz o monitoramento constante do fluxo de atendimento nestas unidades e, havendo necessidade, encaminha uma unidade/equipe de apoio para dar suporte nos atendimentos, sobretudo de casos de menor gravidade que eventualmente possuem tempo de espera maior.
Aumento da demanda em UPAs e CRSs
Além da lotação no início da semana, o mês de abril, segundo dados da secretaria, registraram, até o dia 18, média diária foi de 1.117 em atendimentos, tantos nas UPAs como nos CRSs (Centros Regionais de Saúde). Neste mesmo período, em 2021, a média era de 322 atendimentos ao dia, ou seja, um aumento de 246,8%.
Ainda de acordo com a Sesau, os dados são da rede pública de saúde, mas também refletem o que está ocorrendo com a rede particular.
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