Sem Carnaval, lojas de fantasias se adaptam enquanto amargam prejuízos em Campo Grande
Em 2021, as tradicionais festas de Carnaval serão substituídas por lives ou reuniões pequenas em casa para evitar aglomerações e contaminações pelo coronavírus. Sem grandes eventos, setor do comércio de Campo Grande que tem as festas como principal fonte de renda, se adapta para sobreviver às mudanças de perfil e comportamento do consumidor, além de […]
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Em 2021, as tradicionais festas de Carnaval serão substituídas por lives ou reuniões pequenas em casa para evitar aglomerações e contaminações pelo coronavírus. Sem grandes eventos, setor do comércio de Campo Grande que tem as festas como principal fonte de renda, se adapta para sobreviver às mudanças de perfil e comportamento do consumidor, além de amargar prejuízos e até o fechamento.
Na Rua Maracaju, a proprietária da Pierrô Fantasias suspendeu o atendimento habitual, realizando somente visitas agendadas devido à queda no fluxo de consumidores. “O cliente liga e agendamos um horário na loja, mas por causa da pandemia as pessoas não estão fazendo [eventos], essa semana aluguei somente uma fantasia”, explicou Patrícia Andrade, de 37 anos.
Com mais de 16 anos na área, a empreendedora afirma ter amargado um prejuízo acumulado desde o início da pandemia, após a queda de vendas em datas cruciais como festa junina e halloween. “Foi uma queda de 100%, em 2020 aluguei cinco vestidos no período da festa junina e não tenho boas expectativas para o Carnaval”, detalhou Patrícia.
Como alternativa, ela investiu no segmento das máscaras de proteção, costurando e produzindo o EPI. “Abri um ponto de vendas no Shopping Norte Sul e trabalho para pagar as contas. Sinceramente eu não sei como vai ser depois da pandemia, se tivesse que pagar aluguel teria fechado”, finalizou.
Portas fechadas
Depois de 10 anos de tradição na rua 14 de Julho, as atividades da loja Studio das Fantasias foram temporariamente suspensas devido ao impacto econômico da pandemia. “Motivo que todos sabem: o Covid-19, a proibição de eventos, o cancelamento do Carnaval e assim por diante”, explicou a proprietária Carolina Guimarães Farías, de 42 anos.
A loja começou a ser esvaziada no começo de janeiro e o prédio alugado provavelmente será entregue para imobiliária na próxima quinta-feira (11). “Eu não tenho nada certo, estou guardando o estoque e esperando quando as coisas melhorarem a gente vê um plano B de reabertura, se Deus quiser voltaremos em outro local, porém sem data de abertura”, finalizou Carolina.
Mudança de comportamento
No Bazar São Gonçalo, o foco das vendas de Carnaval está direcionado nas crianças em razão de festas nas casas, aniversários e também eventos restritos nas escolas. “Muitas mães falam que vão reunir os amiguinhos do filho, fazer uma coisa mais fechada. Festa em condomínio, com fantasias, confete e serpentina”, detalhou a vendedora Ana Carolina, de 26 anos.
A vendedora ressalta que a ausência do Carnaval de rua e do desfile das escolas de samba foram cruciais para queda no movimento, além das compras individuais, que em sua maioria eram feitas por clientes que viajavam para Bahia ou São Paulo.
Diretora de uma escola particular, Ana Cláudia, de 45 anos, foi às compras em busca de adereços. Ela conta que a comemoração na escola será reduzida, apenas para os alunos.
‘Comprei bem menos do que no ano passado. As crianças irão descer turma por turma, entre 6 e 7 alunos cada, e a limpeza será feita depois de cada sala descer”, explicou a diretora.
Apesar de representar prejuízos para o comércio, o cancelamento de festas populares ou eventos que gerem aglomeração é considerado por especialistas em saúde como decisão crucial das autoridades para evitar aumento nas taxas de contaminação do coronavírus.
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