“Alivio” e “segurança”, essas seriam as palavras que resumiriam o sentimento daqueles que receberam a segunda dose da CoronaVac, vacina contra a , na manhã desta quarta-feira (7), em Campo Grande.

A quarta é voltada apenas para a aplicação da segunda dose da vacina na Capital. Segundo o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, a expectativa é que sejam vacinadas 9 mil pessoas ao longo, número que se aproxima do recorde de vacinação em um único dia em Campo Grande, quando foram vacinas 9.400 pessoas.

Para aqueles que chegavam no Centro de Convenções Albano Franco, a expectativa transborda pelas janelas dos carros, apenas das máscaras a feição de felicidade estava ali, estampada no rosto de vários, que ao serem perguntados sobre o momento, duas palavras foram muito utilizadas: “alívio” e “segurança”.

Para Lídia da Cunha, 77 anos, o momento já gerava ansiedade desde o dia em que a aplicação da primeira dose, que ocorreu em março deste ano. “Eu estou muito feliz, é um alívio receber a segunda dose, estava esperando o dia com muita ansiedade”, comentou ela, enquanto a dose era preparada para ser aplicada.

Sua filha, Lorenjane da Cunha, 56 anos, que acompanhava a mãe, comentou que ver a mãe recebendo a segunda dose do imunizante é sinônimo de segurança. “Esse momento é vida né, literalmente, nós ficamos mais seguras ao saber que ela (Lídia) já está vacinada”, disse.

Além de seringas e ampolas, outro objeto era recorrente no momento da aplicação, os celulares. “Eu vou filmar aqui, porque todos os filhos estão doidos para ver o pai sendo vacinado”, disse Helena Velasco, 62 anos.

Helena filmava o marido Leonel Velasco, 79 anos, recebendo a segunda dose do imunizante. “Esse momento é muito bom, passa uma sensação de segurança ao sabermos que estamos protegidos”, comentou Leonel.

Mesmo sabendo da eficácia da vacina, se engana aqueles que pensam que Leonel pretende deixas as medidas de biossegurança de lado. “Meu amigo, eu sou super a favor da ciência, então se eles mandam ficar em casa e usar a máscara, eu vou obedecer”, disse em tom de brincadeira e de crítica.

A esposa, Helena, sorrindo ao saber que estava a poucos segundo de ver o marido ser vacinado pela segunda, não deixou de esconder a ansiedade de chegar sua vez. “Dia 5 de maio é minha vez, estou contando nos dedos”, disse.

Marlene Zanin, 73 anos, disse que a aplicação da segunda dose passa uma sensação e alívio e segurança, mas não é o suficiente para ela deixe de seguir as medidas impostas pelos órgãos de saúde.

“Muita gente pensa ao contrário, mas eu não sou assim, mesmo tomando a vacina vou continuar me cuidado até essa pandemia acabar, se eles que entendem pedem isso, vou obedecer”, comentou.

Fora das idades de integram o grupo de risco, Dalva Taira Cimabuco, 50 anos, recebeu a segunda dose pensando em seus pacientes e familiares. A dentista disse que a ansiedade para a aplicação da segunda dose era grande, “mas agora podemos ir com mais segurança para o trabalho”.

Dalva mora com o marido e os filhos, “Além disso eu tenho contato direto com a boca, a saliva das pessoas, então é bom demais saber que posso chegar em casa sem grandes riscos de contaminar meus familiares”, comentou. “É uma preocupação a menos”, finalizou a profissional de saúde.

Vacinação

Campo Grande abriu, na manhã de hoje (07), o drive-thru para vacinação contra covid no Albano Franco. Com isso, o município espera chegar perto do recorde de pessoas imunizadas por dia, que deve ficar em torno de 9 mil nos 70 pontos da cidade.

Nesta quarta, o município realiza aplicação de 2ª dose a quem tomou a vacina entre os dias 10 e 17 de março e também a quem estava agendado para receber a dose de reforço entre 7 e 14 de abril.

A medida é para agilizar o ritmo de vacinação. Hoje a cidade possui uma média de 5 mil pessoas vacinadas por dia, ou seja, a expectativas pra quarta é superior à média da capital, conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

Assim, o ponto de vacinação do Albano Franco tem capacidade para imunizar 2 mil pessoas por dia.

O prefeito de Campo Grande, (PSD), comemorou o novo drive-thru de vacinação. “É um momento de vitória da vida contra a morte”, declarou. Conforme Trad, Campo Grande tem capacidade de vacinar 15 mil pessoas por dia, mas isso ainda não acontece por falta de doses suficientes.

Fase crítica

Sobre as duas semanas de “fecha tudo”, o prefeito informou que o sistema de saúde da Capital sentiu os efeitos das medidas mais restritivas. “Se você entrar em um pronto socorro, diminuiu o número de pessoas vítimas de acidentes de trânsito e de tentativas de homicídio, o que acabou desafogando um pouco para os pacientes com covid. Nesses dias de toque de recolher [mais rígido], o que mais afetou foi a redução de acidentes e tentativa de homicídios, foram as internações que mais caíram”, informou.

O governador (PSDB) esteve presente na abertura do novo ponto de vacinação e comentou sobre a situação geral da superlotação nos hospitais. “As equipes médicas estão se desdobrando para evitar o colapso. Ainda não chegamos ao ponto do médico ter que escolher quem vai ser intubado, mas lutam para que evite chegar a esse ponto”, pontuou.