Defesa de PMs presos em investigação por morte de ex-vereador pedirá liberdade neste sábado

Ministério Público pediu a prisão temporária para colher provas e evitar a interferência de agentes durante a investigação

Karina Campos – 18/05/2024 – 09:06

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Valdeci (esquerda) e Bruno foram presos pelo Gaeco (Montagem, reprodução)

A defesa dos policiais militares, sargento Valdeci Alexandre da Silva Ricardo e o cabo Bruno Cesar Malheiros dos Santos, deve pedir a revogação da prisão durante o plantão do judiciário neste sábado. A dupla foi presa na sexta-feira (17), durante a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) por suposto envolvimento na morte do ex-vereador Wander Alves Meleiro, conhecido como Dinho Vital, de 40 anos, em Anastácio, no dia 8 de maio.

O Ministério Público de Anastácio determinou a prisão temporária para apuração das provas, assim, exigindo a prisão dos PMs para evitar a interferência nas investigações. O pedido foi acatado pelo juiz Luciano Pedro Baladelli, da 1ª Vara da Comarca da cidade.

O advogado de defesa, Lucas Arguelho Rocha, diz que respeita, mas discorda da decisão, pois alega que os clientes estão à disposição desde o acontecido, se apresentaram espontaneamente, colaboraram e não tentaram interferir em qualquer situação na investigação.

“A defesa confia plenamente que todas as investigações serão isentas, sem ouvir o clamor popular, mas sim, que buscarão à verdade real, sem qualquer tipo de interferência social, razão pela qual a defesa apresentou e apresentará testemunhas essenciais à elucidação do caso, e assim espera que o MPE ouça todas, na mais pura isenção. O Ministério Público de Anastácio pediu pela prisão anexando apenas e tão somente alguns elementos produzidos em procedimento interno, omitindo do Juízo as demais provas já produzidas no Inquérito Policial Militar, razão pela qual faz-se imprescindível o juízo conhecer esses outros elementos já levantados em investigação pelo IPM (Inquérito Policial Militar)”.

Acessos à investigação

Ainda na sexta-feira, a defesa conseguiu acesso aos autos de investigação da Promotoria de Anastácio sobre o caso. De acordo com a defesa, a promotoria negou acesso às informações com argumento de que: “com vistas a preservar a segurança da sociedade e a própria manutenção da ordem pública”; “estar-se-ia possibilitando que investigados, e consequentemente organizações criminosas, antecipassem possíveis e futuras investigações”.

Os dois policiais, além do ex-prefeito de Anastácio e atual pré-candidato do PSDB, Douglas Melo Figueiredo, foram presos em operação nesta sexta-feira (17). Douglas pagou uma fiança de R$ 15 mil e foi solto. A decisão ao acesso à investigação pela defesa dos policiais militares, em até dez dias, é do juiz Luciano Pedro Beladelli que deferiu pelo mandado de segurança impetrado.

A operação que culminou na prisão dos PMs e do ex-prefeito, foi realizado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) nas primeiras horas da manhã desta sexta (17). Segundo testemunhas, o sargento e o cabo acompanhavam, armados, o ex-prefeito Douglas Figueiredo desde a hora que ele chegou até o momento que deixou o local. Boletim de ocorrência do caso foi registrado como ‘homicídio decorrente de oposição a intervenção policial’. Os dois servidores da segurança pública também foram afastados.

O laudo oficial aponta que dois disparos atingiram o ex-parlametar no dia 8 de maio, sendo um na escápula e barriga. A bala atravessou o corpo. Com isso, ainda há suspeita sobre a tese de que os policiais teriam atirado para desarmar Dinho. Já alguns moradores de Anastácio afirmam que a ex-vereador foi vítima de uma execução.

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