Não há como negar que 2020 foi um ano marcado pela pandemia e que uma das áreas mais afetadas foi a educação em Mato Grosso do Sul. Praticamente do dia para a noite, tudo mudou: as aulas presenciais foram suspensas e estudantes, desde o ensino infantil até a graduação, tiveram que mudar suas rotinas. Com as mudanças, vieram muitas dificuldades de adaptação e, apesar da pandemia ainda ser incerta, já há previsão de volta às aulas presenciais em 2021.

#Retrospectiva2020: Do dia para a noite, alunos tiveram que se adaptar ao EAD com aulas remotas em MS
Aulas foram suspensas em março nas escolas. (Foto: Marcos Ermínio)

A suspensão das aulas presenciais da rede municipal aconteceu logo em março, quando tinha registrado somente dois casos confirmados de coronavírus. Em uma reunião de emergência no dia 15 de março, a Prefeitura definiu restrições que durariam 15 dias, à princípio. O que pais e alunos não poderiam imaginar é que a suspensão das aulas poderia chegar a quase nove meses. 

Dois dias depois, o Governo de Mato Grosso do Sul publicou um decreto com a suspensão das aulas nas escolas estaduais. Na mesma semana, pouco a pouco as escolas particulares também começaram a suspender as atividades presenciais

Por fim, poucos dias depois as universidades públicas e particulares também começaram a determinar que as aulas fossem feitas à distância. Na UFMS ( Federal de Mato Grosso do Sul), por exemplo, foram preparados tutoriais e cursos para auxiliar os na condução das disciplinas online.

Dificuldades no ensino remoto

Com a mudança na rotina, começaram a surgir as dificuldades com o ensino à distância em Mato Grosso do Sul. Se as dificuldades já atrapalharam o desempenho dos universitários, foi ainda mais complicado acompanhar as aulas no ensino infantil e fundamental. Uma das principais queixas dos pais foi sobre a dificuldade em criar a rotina de estudos, mas também saber equilibrar o trabalho, as cobranças e dar autonomia aos filhos sem deixar de dar suporte. 

Pais e responsáveis tiveram que não só se tornarem tutores no ensino das crianças, como também lidaram com o estresse dos filhos, que só podiam ficar em casa e são muito ativos. Outra dificuldade, que a maioria dos pais também passou, foi o fato de ter que lidar com o trabalho remoto e cuidar deles ao mesmo tempo, pois era preciso dar um suporte emocional e educacional.

Não só as crianças tiveram problemas com o ensino remoto. No ensino médio, os alunos também desanimaram com a rotina EAD, o que poderia até atrapalhar o desempenho no vestibular. As aulas à distância foram um choque para os estudantes e muitos adolescentes se sentiram desmotivados: além das diversas atividades passadas pelos professores acumuladas, houve ainda um período de incerteza se o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) seria realizado em meio à pandemia. 

Na rede estadual, alunos ainda contaram com mais um recurso para acompanhar as aulas. A partir de maio, as aulas passaram a ser televisionadas. Foram investidos R$ 663 mil na contratação da emissora, para transmitir simultaneamente o conteúdo escolas para alunos da pré-escola, ensino fundamental e ensino médio.

Até mesmo os universitários sofreram com as aulas remotas em Mato Grosso do Sul. Além da dificuldade de manter a produtividade com as aulas à distância, universitários tiveram que apresentar o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de casa. Até mesmo as colações de grau foram online. 

Volta às aulas

Em setembro, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), representantes de escolas, a (Secretaria Municipal de Saúde) e o prefeito Marquinhos Trad (PSD) o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares de Campo Grande. Em outras cidades do estado, as aulas também foram retomadas.

O retorno às aulas presenciais foi permitido para o ensino infantil, que abrange crianças de 0 a 5 anos. Para evitar aglomeração, apenas 30% dos alunos de berçários de 0 a 5 anos puderam voltar para salas de aula. Pais e responsáveis tiveram o livre decisão em mandar os filhos para a escola, sendo assim o retorno não foi obrigatório.

Em outubro, uma nova reunião no MPMS definiu a volta das aulas presenciais para alunos do ensino médio nas escolas particulares de Campo Grande. As regras foram basicamente as mesmas para o ensino infantil: escolas deveriam manter a ocupação em 30% da capacidade nas salas de aula.

Também no mês de outubro, quando os casos de coronavírus estavam em queda e Campo Grande recebeu a classificação amarela do Prosseguir, as aulas presenciais foram retomadas nas universidades, mas apenas para disciplinas práticas. Devido às diferentes realidades na pandemia em MS, universidades estabeleceram regras de acordo com a cidade em que o campus fica localizado.

#Retrospectiva2020: Do dia para a noite, alunos tiveram que se adaptar ao EAD com aulas remotas em MS
Secretarias preparam protocolo de biossegurança para volta às aulas em 2021. (Foto: Marcos Ermínio)

 

Aulas em 2021?

Em uma live realizada no dia 23 de novembro, o Governo Estadual confirmou que as aulas presenciais nas escolas estaduais serão retomadas em 2021. Ainda sem uma data específica, o Estado já trabalha na implantação dos protocolos de segurança, que envolve desde a turmas separadas a entrega de kits de máscaras aos alunos.

O ano letivo de 2021 começa no dia 4 de fevereiro para as escolas da rede estadual de ensino, conforme calendário escolar. O governo estadual apresentou protocolo de volta às aulas no fim de novembro, que prevê ensino híbrido a partir do ano que vem. Ou seja, com atividades presenciais e remotas.

Em Campo Grande, a prefeitura informou que as aulas presenciais retornam na Reme (Rede Municipal de Ensino) no dia 8 de fevereiro. O plano de biossegurança estaria sendo elaborado.

Já para as universidades, o MEC (Ministério da Educação) determinou que as aulas presenciais nas universidades federais de todo o país devem ser retomadas a partir de 4 de janeiro de 2021.