Qualidade do sono em profissionais de enfermagem será investigada durante pandemia

Na linha de frente no trato com a Covid-19, os profissionais de enfermagem são diretamente afetados em sua saúde física e psicológica, com sintomas recorrentes de estresse e ansiedade e que podem atingir diretamente na qualidade do sono.

Essa preocupação levou uma equipe de pesquisadores, formada pela professora Mariana Alvina dos Santos, do Campus de Três Lagoas (CPTL), e os professores Flavia Helena Pereira e Juliano de Souza Caliari do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus Passos, a desenvolver o projeto de pesquisa “Qualidade do sono em profissionais de enfermagem durante a pandemia Covid-19”, apresentado no edital de ideias e ações da “UFMS contra o Coronavírus”.

De acordo com os pesquisadores, “existem poucos estudos sobre os efeitos físicos e psicológicos na equipe de enfermagem de pandemias de doenças infecciosas graves, principalmente quando associados ao aumento da carga de trabalho e ao estresse associado ao risco de infecção”.

Irão analisar ainda os aspectos relacionados aos seus locais de trabalho e ao sono desses profissionais. Depois, os pesquisadores deverão relacionar os aspectos ligados ao perfil dos profissionais e ao sono com a qualidade de vida e sinais de esgotamento profissional, além de investigarem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) durante a pandemia.

“Devido a pandemia e visando a segurança de todos, os questionários são respondidos on-line através de questionamentos sobre o padrão do sono e carga de trabalho atual da equipe de enfermagem. Os dados serão analisados através de testes estatísticos robustos por profissional habilitado”, explica a professora Mariana dos Santos, coordenadora do projeto.

O questionário será aberto a profissionais de enfermagem de todos os níveis no país, com convite aos participantes por grupos, associações e comunidade virtuais, existentes em mídias sociais diversas, bem como por grupos de contatos de aplicativos como WhatsApp, Facebook e Instagram.

“Pretende-se alcançar aproximadamente 800 profissionais de enfermagem em todo o território nacional e esperamos os primeiros resultados para final de julho, início de agosto”, expõe.

A previsão é de que os dados sejam coletados até setembro de 2020. Os pesquisadores esperam ao final identificar o padrão de sono dos participantes e seus possíveis prejuízos durante a pandemia da Covid-19, além dos aspectos relacionados a qualidade de vida e exaustão profissional.

“A identificação de variáveis que interfiram na qualidade do repouso desses trabalhadores pode contribuir para mudanças organizacionais neste momento de grande desgaste para a enfermagem”, conclui a coordenadora. (Informações da assessoria)