Na zona rural de Campo Grande, moradores temem até ir para cidade por causa da pandemia

A 30 quilômetros de Campo Grande, os efeitos do coronavírus e da quarentena também afetam a rotina dos moradores do distrito de Rochedinho. Por lá, ainda não há nenhum caso confirmado, mas os moradores temem vir para Campo Grande e acabarem contaminados. Na Capital, já são 23 casos confirmados de coronavírus.  Crislaine Pereira é um […]

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A 30 quilômetros de Campo Grande, os efeitos do coronavírus e da quarentena também afetam a rotina dos moradores do distrito de Rochedinho. Por lá, ainda não há nenhum caso confirmado, mas os moradores temem vir para Campo Grande e acabarem contaminados. Na Capital, já são 23 casos confirmados de coronavírus. 

Na zona rural de Campo Grande, moradores temem até ir para cidade por causa da pandemia
Crislaine teme ser contaminada em Campo Grande. (Foto: Leonardo de França)

Crislaine Pereira é um exemplo de quem evita pôr os pés em Campo Grande sem necessidade. Ela conta que trabalha em um escritório de advocacia na Capital, mas o trabalho foi suspenso por conta da quarentena. Enquanto isso, ela trabalha como freelance em uma conveniência de Rochedinho. Ela conta que teme pegar a doença, caso tenha que voltar a Campo Grande.

Proprietário de um depósito em Rochedinho, Júlio César, de 30 anos, também tem medo de ser contaminado em Campo Grande. Ele conta que evita ir à Capital pois teme contrair o coronavírus e transmitir para a família. “Chega a ser absurdo, ver que muitas pessoas não estão se importando. O pessoal de fazenda, principalmente, não se importa muito com os cuidados de prevenção”, comenta. 

Na zona rural de Campo Grande, moradores temem até ir para cidade por causa da pandemia
Alexandre deixa álcool em gel à disposição de clientes. (Foto: Leonardo de França)

Alexandre Barbosa, de 39 anos, é dono de um estabelecimento de produtos agropecuários em Rochedinho e concorda que as pessoa da área rural não têm tanto cuidado com o coronavírus. “O pessoal da fazenda vem e cumprimenta com a mão. Para eles, é uma ofensa se a gente não cumprimentar, eles acham que [o coronavírus] não é nada”, diz. 

Ele conta que tem medo da transmissão do vírus porque tem um bebê em casa. No estabelecimento, ele deixa álcool em gel à disposição dos clientes. 

Mudança de rotina

Na zona rural de Campo Grande, moradores temem até ir para cidade por causa da pandemia
Júlio César faz delivery de materiais de construção. (Foto: Leonardo de França)

Os impactos do coronavírus chegam a Rochedinho em forma de prejuízo. Os comércios da região já percebem uma queda de movimento e têm até dificuldade em repor estoque. Alexandre afirma que percebeu uma queda de 40% nas vendas e que não sabe como vai repor a mercadoria, já que não está conseguindo comprar. 

No depósito de Júlio César, a alternativa foi se adaptar. Ele conta que agora realiza entregas e ainda faz o atendimento via WhatsApp. Na conveniência onde Crislaine trabalha, houve uma queda de vendas em até 80%. Ela explica que o local era um ponto de parada de ciclistas, mas os clientes desapareceram após a quarentena. 

Na zona rural de Campo Grande, moradores temem até ir para cidade por causa da pandemia
Padre também mudou rotina por causa do coronavírus. (Foto: Leonardo de França)

A rotina mudou também nas igrejas. O padre Reinirio Rojas, de 70 anos, explica que as missas estão sendo realizadas com apenas três pessoas, já que os fiéis eram em sua maioria idosos. Outra mudança na rotina é que o padre deixou de fazer visitas a comunidades.

Ele acredita que foi uma boa ideia permitir que as igrejas reabram, desde que aconteça sem aglomeração. 

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