O Bici Nos Planos é um coletivo de cicloativistas que promove audiências, palestras, oficinas e campanhas educativas, com objetivo de apresentar demandas ao poder público e incluir a bicicleta como meio de mobilidade urbana sustentável, além de integrar a campanha nacional Mobilidade Sustentável nas Eleições, de forma totalmente apartidária.

Para uma das integrantes Cintia Possaf, de 35 anos, é necessário investir em educação no trânsito, e distinguir as necessidades de quem usa a bicicleta para lazer ou esporte, e quem usa para se deslocar até o serviço, escola ou supermercado.

“Para quem utiliza no dia a dia, não tem roupa especial e capacete, o motorista não vai olhar do mesmo jeito. É diferente a forma para quem anda todo vestido em cima da bicicleta e alguém que está com uma caixa de ferramentas ou uma mulher com bolsa”.

Em busca por respeito, grupo de cicloativistas se mobiliza em Campo Grande
Cintia e seu filho (Foto: Arquivo pessoal)

Na perspectiva do coletivo, as campanhas de educação aos motoristas e futuros condutores são pontuais e não tem uma grande efetividade. A conscientização tem que ser feita na base, formando um motorista, ciclista ou pedestre com respeito nas vias, desde a .

“Bogotá é uma referência na educação no trânsito, desde a educação básica, tem uma monitora que acompanha a pé ou de bicicleta as crianças na hora de ir para a escola. Ela aprende como como deve se comportar, e ali já cresce uma criança que se for motorista, será consciente”, explicou Cintia.

Uma das maiores dificuldades citadas pelo grupo, é a falta de estrutura da cidade. No centro ou em órgãos públicos, o ciclista não tem um chuveiro, e um local seguro e adequado para guardar a bicicleta, mesmo se você quiser pagar, você não encontra um estacionamento. A falta de Iluminação pública e outro problema grave, que por vezes, causa o de um ciclista no período noturno.

Soluções e Ciclovias 

Uma das possíveis soluções elencadas por Cintia, seria a construção de mais ciclovias e ciclo faixas em avenidas de maior velocidade, como a avenida Ministro João Arinos, pelo fato de ser a única rota para o centro para os moradores da região. Além disso, aplicar estratégias de acalmar o tráfego, que consiste em reduzir a velocidade da pista e diminuir o risco de acidentes.

“Temos ciência que impossível colocar ciclovia na cidade inteira. Se uma pessoa é atropelada acima de 50km por hora a chance dela morre é de 80%, essas medidas ajudariam a diminuir os riscos de  acidente e favoreceria pedestres, ciclistas e crianças que brincam na rua”, detalhou.

Hoje, Campo Grande apresenta 82 km de ciclovias e ciclofaixas fragmentadas, conforme a cicloativista. Para realizar a interligação de todas, faltam apenas 16 km de pista.

Atualmente, não existe um incentivo das empresas, ou políticas públicas, para que as pessoas troquem o ou carro por uma bicicleta. “Se o funcionário vai com um meio de transporte saudável, ele não vai ficar doente, não vai faltar no serviço. A empresa e o sistema de saúde ganham, em já tem modelos de recompensa para quem vai de bicicleta”, finalizou.

Campanha nacional de Mobilidade

Mobilidade urbana é um ponto crucial no desenvolvimento de uma grande cidade, pensando nisso, o coletivo Bici Nos Planos CG e o Coletivo Veracidade, estão integrando a campanha nacional Mobilidade Sustentável nas Eleições, em Campo Grande.

Os grupos produziram duas cartas compromisso, uma voltada para os candidatos do poder executivo (prefeitura) e a outro para o legislativo (vereadores). No seu teor, a carta convida os os candidatos a se comprometerem com um mandato sustentável, incluindo a mobilidade no debate político.

Até agora, oito dos 411 candidatos a vereador já assinaram a carta e três dos 15 candidatos a prefeito também rubricaram a carta.