Capital reabrindo: confira o que está funcionando em meio à pandemia de coronavírus

Com a reabertura do Terminal Rodoviário Senador Antônio Mendes Canale –a rodoviária de Campo Grande– na manhã de sábado (25), a Capital ganhará um novo impulso de movimentação. Em que pese as tratativas liberarem apenas os ônibus intermunicipais, com as viagens entre Estados e para outros países continuando suspensas, espera-se que a cidade volte a […]

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Com a reabertura do Terminal Rodoviário Senador Antônio Mendes Canale –a rodoviária de Campo Grande– na manhã de sábado (25), a Capital ganhará um novo impulso de movimentação. Em que pese as tratativas liberarem apenas os ônibus intermunicipais, com as viagens entre Estados e para outros países continuando suspensas, espera-se que a cidade volte a se movimentar, sobretudo o setor hoteleiro, um dos mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e que está apto a funcionar, mediante restrições.

Detalhes para a reabertura da rodoviária, fechada desde 20 de março, foram acertados nesta quinta-feira (23), cabendo agora à Socicam (concessionária que opera o terminal) e às empresas de transporte de passageiros tomarem as providências sanitárias a serem estabelecidas.

A reabertura da rodoviária é mais um passo na redução das restrições impostas à atividade econômica para conter a circulação de pessoas e, assim, reduzir o contágio pelo coronavírus. Desde a semana passada, os quatro shoppings da Capital receberam autorização para abrir, desde que seguindo recomendações sanitárias –o Bosque dos Ipês reabriu nesta quinta-feira (23) e o Campo Grande, ontem.

Desde meados de março, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) assinou decretos restringindo o funcionamento de serviços considerados não-essenciais, que começaram a ser flexibilizados nos últimos dias. Apesar disso, equipes de fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana), Vigilância Sanitária e Guarda Municipal percorrem a cidade a fim de observar se as regras de funcionamento –que incluem a redução no número de clientes para evitar aglomerações e medidas de higienização– são cumpridas, sob pena de multas de R$ 500 a R$ 15 mil e até a cassação de alvarás.

Até 10 de maio, o toque de recolher das 22h às 5h continuará em vigor, proibindo a presença de pessoas nas ruas. Já o expediente reduzido, das 8h30 às 13h30, nos órgãos municipais, foi prorrogado até 30 de abril –exceto para Saúde e Segurança Pública, sendo que as escolas da Reme (Rede Municipal de Ensino) podem antecipar as férias de julho para ampliar o período de quarentena. A Rede Estadual já avalia tomar a mesma medida, com retorno das atividades presenciais após 18 de maio.

Confira abaixo a situação de cada setor durante a pandemia:

Capital reabrindo: confira o que está funcionando em meio à pandemia de coronavírus
Foto: Leonardo de França | Midiamax

Comércio e serviços: Funcionam em horário restrito que, em 14 de abril, foi estendido e adaptado por setores. Em geral, as lojas de varejo abrem das 9h às 19h de segunda a sábado, exceto feriados.

Lojas de material de construção, salões de beleza e cabeleireiros, consultórios médicos e outras atividades funcionam das 8h às 21h. O mesmo vale para conveniências, que só podem funcionar no serviço de entrega (delivery), estando proibido consumo no local.

As regras não incluem serviços essenciais como farmácias, supermercados, hipermercados, atacarejos, quitandas, feiras livres, açougues, peixarias, padarias, lanchonetes, centrais de abastecimento, distribuidoras de gás e de água mineral, restaurantes e pet shops, que seguem os horários predefinidos para funcionamento (alguns deles em jornada normal anterior à pandemia). Postos de combustíveis seguem orientações federais.

Em todos os casos, devem ser seguidas recomendações de distanciamento social e contra aglomerações, que incluem quantidade máxima de pessoas (limitada a 30% da capacidade normal), espaço mínimo de 1,5 metro entre pessoas nas filas e fornecimento de sanitizantes como álcool em gel para os clientes, bem como limpeza frequente e higienização de máquinas de pagamento. Nas lojas de roupa, está proibido provar peças de vestuário.

Transporte: O transporte coletivo municipal opera com restrições, com os passageiros só podendo viajar sentados. O passe do estudante e o passe do idoso seguem bloqueados.

Serviços de táxi e de transporte por aplicativo seguem autorizados, mas com recomendações para evitar o contágio pelo coronavírus ligadas à higienização de veículos. O mototáxi segue suspenso, com profissionais do setor autorizados a trabalharem com entregas. O transporte escolar, por vans, recebeu autorização para funcionar com fretamento.

A rodoviária de Campo Grande deverá abrir no sábado, mas as restrições serão definidas em decreto. Apenas viagens entre municípios serão autorizadas.

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Foto: Leonardo de França, Midiamax

Shoppings-centers e galerias comerciais: os quatro shoppings de Campo Grande e as galerias comerciais, seja no Centro ou nos bairros, foram autorizados a abrirem as portas. Para os shoppings, porém, há limitação de público a 40% da capacidade e restrição a algumas atividades –os cinemas, por exemplo, seguem fechados. Funcionários devem trabalhar com máscaras e luvas.

Templos e igrejas: Decisão judicial autorizou a abertura de templos, igrejas e outras casas religiosas de Campo Grande. O aval partiu do desembargador Paschoal Carmello Leandro, presidente do Tribunal de Justiça do Estado, atendendo a recurso da prefeitura contra posição do Ministério Público, contrário à medida.

Para reabrirem, as igrejas devem proibir a presença de idosos, os fiéis devem usar máscaras e ter meios de higienizar as mãos à disposição. Os locais só podem receber 30% do público habitual.

Apesar da liberação, a medida não é seguida por todas as congregações. A Arquidiocese de Campo Grande facultou a abertura das igrejas, mantendo a recomendação de transmissão online das celebrações. A Catedral de Perpétuo Socorro, por exemplo, deve continuar fechada para as missas, o que é seguido por algumas congregações evangélicas.

Academias e estúdios: Devem seguir uma série de regras, que incluem reabertura gradual e, para atividades indoor, distância mínima entre alunos de 5 metros (um a cada 20 m²); com orientação para lotação máxima restrita a 30% da capacidade. Aulas coletivas e com contato físico devem ser evitadas, bem como o compartilhamento de itens como copos e toalhas. Os equipamentos devem ser higienizados após o uso e os instrutores devem usar luvas de látex.

Nas atividades externas, como o crossfit, deve ser seguido o horário de toque de recolher e a distância de 5 metros entre os alunos.

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(Arquivo Midiamax)

Feira Central, Camelódromo e Mercadão: A Feira Central restringiu o público a 30% do total nas barracas de alimentação, devendo ser oferecido álcool em gel e os frequentadores devem ter a temperatura medida (com indícios de febre, a entrada é proibida). Funcionários e estabelecimentos devem tomar precauções quanto ao contato com o público. As barracas devem passar por higienização constante e desinfecção diária.

As feiras livres voltaram a funcionar em 6 de abril, proibindo feirantes idosos, gestantes e lactantes e com sintomas de resfriado. Nesta semana, o consumo no local foi liberado, mas barracas, mesas e cadeiras devem estar a 3 metros de distância e as feiras devem oferecer pontos de higienização. Decreto estadual proíbe o anúncio verbal de preços.

O Mercadão Municipal se manteve aberto. Apesar de muitas bancas ficarem fechadas, o local vende itens essenciais –mas seguiu normas de distanciamento social.

O Camelódromo reabriu no dia 8 de abril em sistema de rodízio entre os boxes: apenas 140 dos 473 abrem por vez. As regras de higienização e sanitização também valem para o espaço, com permanência de até 30 clientes por vez. A entrada se dá pela Avenida Afonso Pena e a saída pela Rua 15 de Novembro.

Restaurantes: Estabelecimentos de alimentação receberam autorização para funcionar, mas adotando medidas de distanciamento entre os clientes que reduziram a 30% a capacidade máxima de cada um. Além disso, em um primeiro momento, havia sido autorizado o funcionamento apenas por meio de delivery ou retirada das mercadorias.

Locais que funcionaram no regime self-service tiveram de se adaptar, sendo proibido o acesso direto dos clientes aos alimentos –sendo instalada barreira física ou com os funcionários servindo as refeições.

Bares e casas noturnas sofreram proibição de shows ao vivo e restrição de clientes em até 30% de seus espaços.

Nos hotéis, o fechamento da rodoviária e as restrições de voos no Aeroporto Internacional ajudaram a derrubar a movimentação, mas havia autorização para continuarem abertos mediante medidas sanitárias. Alguns, como o Íbis, anunciaram a demissão de funcionários e suspensão temporária das atividades.

Já as conveniências operaram por delivery ou venda de balcão, mas sem liberação de consumo no local. Elas devem, ainda, atender ao toque de recolher e fechar as portas as 22h.

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Filas devem ser evitadas.(Foto:Reprodução)

Bancos e casas lotéricas: bancos funcionam com limite máximo de clientes proporcional aos pontos de atendimento interno, seja presencial ou eletrônico, sendo proibida aglomeração nas suas dependências. Deve ser feita limpeza frequente dos terminais com telas de toque e mantido distância entre funcionários e clientes. As lotéricas funcionam seguindo regras de distanciamento, com espaço de 1,5 metro entre pessoas nas filas e fornecimento de álcool em gel, bem como higienização constante.

Poder público: a prefeitura reduziu a jornada de trabalho dos servidores para meio período, colocando em home office aqueles que integram grupos de riscos (portadores de doenças crônicas, idosos e gestantes). O atendimento ao público em serviços comuns, exceto em setores como a Saúde e Segurança Pública, acontece das 8h30 às 13h30.

A jornada iria até 24 de abril, mas foi estendida até o dia 30. No Governo do Estado, serviços chegaram a ser suspensos, como no Detran, sendo retomados mediante distribuição de senhas a fim de evitar lotação e orientação para a busca de atendimento online.

Empresas em geral e construção civil: devem operar respeitando regras de distanciamento social entre funcionários e clientes e permitir a higienização.

Educação: Nas escolas, o ensino presencial está vetado nas redes públicas e particular, mas o conteúdo vem sendo passado de forma virtual para grande parte dos estudantes. A Rede Municipal de Ensino deve antecipar as férias de julho, a fim de ampliar o período de quarentena, medida sob estudo também pela Rede Estadual. A rede particular aguarda as orientações do poder público para retomar as aulas, mas também oferece acompanhamento online para estudantes.

Praças, clubes e similares: continuam fechados.

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