Após platô em MS, estudo indica que casos de coronavírus devem diminuir em outubro

Com 61,7 mil infectados e uma média de 15 mortes diárias, Mato Grosso do Sul entrou em estabilização na pandemia de coronavírus, ou seja, pode ter chegado ao chamado ‘platô’ da pandemia. Porém, o Estado estabilizou com números altos, situação que preocupa as autoridades de saúde. Estudo feito por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de […]

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Com 61,7 mil infectados e uma média de 15 mortes diárias, Mato Grosso do Sul entrou em estabilização na pandemia de coronavírus, ou seja, pode ter chegado ao chamado ‘platô’ da pandemia. Porém, o Estado estabilizou com números altos, situação que preocupa as autoridades de saúde. Estudo feito por pesquisadores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) aponta que o pico de casos de coronavírus em MS está previsto para o dia 30 de setembro, ou seja, só a partir de outubro o número de infectados pode começar a diminuir. 

A previsão é de que até o fim deste mês, MS terá um total de 68.600 pacientes infectados. As estimativas são resultado de cálculos matemáticos, realizados pelos professores Erlandson Saraiva, do Inma (Instituto de Matemática) e Leandro Sauer, da Esan (Escola de Administração e Negócios). 

O último relatório divulgado foi feito com os dados divulgados até a segunda-feira (14). As estimativas apontam que não há uma previsão de colapso nos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou de leitos clínicos. De acordo com a análise feita pelos pesquisadores, na primeira quinzena de setembro, Mato Grosso do Sul passou por uma redução do número de pacientes internados: entre o dia 31 de agosto e o dia 14 de setembro, o número de internados passou de 566 para 501 pacientes.

Os pesquisadores chamam a atenção para o fato de que houve um alto número de novos casos registrados no dia 11 de setembro, quando foram confirmados 2.258 casos em apenas um dia. “Porém, este foi um valor totalmente atípico em relação aos valores que estavam sendo registrados. Isto ocorreu devido a uma mudança de protocolos de diagnóstico da doença”. 

O que aconteceu é que o Estado passou a considerar não só o diagnóstico por meio de exames, como o RT-PCR e o teste rápido. Agora, critérios clínicos, epidemiológicos e radiológicos também são considerados para confirmar um caso de coronavírus.

Redução da média móvel

De acordo com o estudo, a comparação da média móvel de casos da segunda-feira (14) para a média móvel do dia 29 de agosto, houve uma redução de 35,78%. No caso das mortes por coronavírus, o valor da média móvel esteve dentro do intervalo de 10%.

Mas, afinal, o que é a média móvel? O cálculo leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias em relação à média registrada duas semanas atrás. Assim, para saber se a tendência é de aumento, redução ou estabilização, é preciso analisar a variação das médias móveis num intervalo de 14 dias. Se o percentual for de até 15%, é considerado estável – e esta é a situação de Mato Grosso do Sul.

Porém, os pesquisadores ressaltam que o dado ainda não pode ser encarado como uma notícia boa: “Isto indica que podemos estar entrando em um cenário de estabilização. O problema é que a estabilização está em um valor médio de 15 óbitos diários, que é um valor muito elevado”.

Taxa de transmissão ainda não é a ideal

O estudo dos pesquisadores da UFMS calculou a taxa de transmissão do coronavírus em Mato Grosso do Sul. A taxa de transmissão de MS está em 1,10, o que quer dizer que cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para 110 pessoas.

A taxa de transmissão ou número efetivo de reprodução da infecção, conhecido como Rt, é uma das ferramentas que podem ser utilizadas pelas autoridades para planejar medidas de isolamento ou de flexibilização. Quando a taxa de transmissão é igual a 1, cada doente infecta apenas uma outra pessoa. Para que a epidemia seja considerada controlada, a taxa de transmissão precisa estar abaixo de 1 por mais de duas semanas seguidas.