Guardas que agrediram mulheres em protesto por ônibus serão afastados das ruas, diz Secretaria

A corregedoria da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) irá abrir procedimento administrativo contra a equipe de guardas e tirá-los das ruas durante apuração de eventual excesso cometido no manifesto de mulheres no Terminal Morenão na última sexta-feira (15). Pela assessoria, a Guarda informou que todos os funcionários da segurança que são investigados […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Manifestantes reclamaram de truculência da Guarda. (Marcos Ermínio
Manifestantes reclamaram de truculência da Guarda. (Marcos Ermínio

A corregedoria da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) irá abrir procedimento administrativo contra a equipe de guardas e tirá-los das ruas durante apuração de eventual excesso cometido no manifesto de mulheres no Terminal Morenão na última sexta-feira (15). Pela assessoria, a Guarda informou que todos os funcionários da segurança que são investigados em procedimentos administrativos são automaticamente afastados do serviço de rua.

A equipe que atuou no Terminal Morenão é considerado a ‘elite’ da GCM (Guarda Municipal Metropolitana) em Campo Grande. Durante a atuação no protesto, que envolvia em sua maioria domésticas, o grupo atuou com sprays e apontou arma para as manifestantes. O GPI (Grupo de Pronta Intervenção) é composto por guardas que passaram por treinamento do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) do Rio de Janeiro.

Os servidores serão retirados do GPI para realizarem trabalho interno enquanto a conduta deles é apurada. A princípio, a Prefeitura afirmou que o efetivo “tentou conversar e orientar os manifestantes para desobstruir a entrada e saída dos veículos. A partir de então, o grupo de manifestantes, aos gritos, afirmou que não iria se retirar da pista, o que impedia a circulação dos veículos”.

Em nota oficial, a Guarda informou que o spray de pimenta e armas apontadas para as diaristas e domésticas foi “medida cautelar” para “liberação do local, garantindo o direito de ir e vir daqueles que estavam utilizando o serviço de transporte coletivo”.

Ação inesperada

Regina Lúcia, uma das trabalhadoras atingidas com o spray no olho estava revoltada com a falta de respeito e ainda conta que teve uma arma apontada para seu rosto.

As mulheres que foram agredidas durante um protesto no terminal de transporte coletivo Morenão, na manhã de sexta-feira (15), serão atendidas pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul a partir de segunda-feira (18). O trabalho acontecerá na unidade Belmar Fidalgo, localizada na rua Dr. Arthur Jorge, 779.

De acordo com a Defensoria, o atendimento é aberto a todas as pessoas que estavam na manifestação que foi interrompida com truculência por uma equipe da Guarda Municipal, em especial as mulheres – que eram maioria no ato, realizado espontaneamente por causa da falta de ônibus mesmo em dia de funcionamento normal do comércio.

Em nota, o órgão afirma que repudia toda forma de violência e está a disposição para atender todos os agredidos, ouvindo relatos do que aconteceu e, posteriormente, encaminhando a situação para as providências judiciais cabíveis. O horário de funcionamento da Defensoria vai das 7h30 às 17h.

Cerca de 100 mulheres participaram do protesto, fechando a pista do terminal Morenão. Mesmo sendo feriado, o comércio abriu normalmente na sexta e o Consórcio Guaicurus, responsável pelo serviço, afirmou que ter sido pego de surpresa.

Conteúdos relacionados