Depois de matéria publicada nesta terça-feira (6) sobre as vendas de final de ano no Centro, comerciantes da 14 de Julho entraram em contato e afirmaram que os prejuízos estão indo além da queda nas vendas em decorrência às obras do Reviva.

Um dos vendedores da rua que está passando por revitalização, Adenir Pereira, informou a reportagem que uma reunião foi realizada no dia 2 de outubro, onde os comerciantes listaram várias reivindicações e cobrando soluções. No entanto, nenhuma resposta aos questionamentos dos lojistas foi respondida.

Na ata da reunião, os comerciantes afirmam que no plano de mitigação, a UGP (Unidade Gestora do Programa) não apresenta nenhum relatório junto aos lojistas da 14 de Julho sobre os transtornos e impacto econômico e financeiro que a obra causaria para eles, além das etapas que a obra seria realizada e o seu cronograma.

“Quando teve as primeiras reuniões com o UGP [antes do início das obras] tinha que ter passado para nós todos os impactos que a obra passaria para nós. Ninguém contesta a importância das obras porque vai ser de extrema importância para , mas deveriam ter passado para nós desde o começo para que a gente pudesse se preparar”, disse a reportagem.

Aumento no IPTU

Além disso, consta no plano de mitigação que o valor do IPTU seria aumentado. “Com a revitalização desta via se-prevê também um incremento substancial na arrecadação do IPTU”, consta no documento divulgado pelos comerciantes. Fato que tem regado preocupação pois com os prejuízos e queda de até 70% nas vendas, valor de reajuste na arrecadação seria injusto.

Conforme Ademir, a proposta pensada pelos lojistas seria que o aumento no IPTU fosse cobrado somente depois que a Prefeitura Municipal começasse a pagar a primeira parcela da obra ao BID (Banco Interamericano do Desenvolvimento), mas nada foi acertado até então.

“O valor dos aluguéis dos prédios vão aumentar porque os donos vão crescer os olhos. Tem comerciante aqui que paga R$ 6 mil no IPTU e com esse reajuste por causa das obras na 14 de Julho pode chegar a R$ 12 mil”, disse Adenir.

Prejuízos além das vendas

Vários outros danos foram listados pelos comerciantes, como a ruptura do cano de gás durante as escavações; porta quebrada de uma loja de pedrarias durante as escavações; corte no fornecimento de água sem aviso prévio; obra que deveria ser executada no período noturno; comerciantes sem a coleta de lixo e não cumprimento no prazo de obras.

Inclusive foram listados outros problemas com a passagem de rolo compressor como a destruição de peças de uma loja; estruturas abaladas por conta do maquinário; interdição total de um estacionamento e também canaletas de águas fluviais obstruídas causando alagamento em lojas;

Com a parada das obras a partir do dia 1° de dezembro para as festas de fim de ano, a expectativa é que os clientes voltem a comprar no centro. No entanto, os comerciantes pedem que as obras não retornem em 7 de janeiro, como anunciado, mas que retomem depois da data.

“Por isso a importância de ter uma reunião com a UGP. A gente esperava que ao menos os comerciantes tivessem um fôlego para retomar as vendas. Primeiro disseram que iriam parar em dezembro e só voltar depois do período das chuvas, em abril, agora a história mudou. Fica difícil”, pontuou Adenir.

Posicionamento

Em contato com a assessoria de imprensa do Reviva, foi informado que os atrasos aconteceram devido às chuvas atípicas que seguem atingindo a cidade e esclareceu outros pontos.

“Todos os incidentes estão sendo devidamente reparados, com muitos casos resolvidos em questão de horas. Na próxima semana, alguns serviços, especialmente em calçadas, já começam a ser executados”, diz nota.

A respeito da coleta de lixo, foi informado também que as quadras fechadas, nos cruzamentos próximos, foram disponibilizados contêineres para o depósito de resíduos e a Solurb tem coletado com a mesma frequência da coleta na via.

“Os lojistas são informados sobre a necessidade de não dispor seus resíduos nas calçadas, mas sim, destiná-los nos contêineres. Adicionalmente, a empreiteira tem contribuído com a limpeza nas áreas do entorno da obra”, informou Reviva.

Sobre a solicitação do plano de mitigação, o Reviva informou que apenas um lojista procurou a UGP para tratar do assunto.

“Foi agendado atendimento exclusivo pela equipe técnica, registrado em ata, e todas as dúvidas foram devidamente sanadas. A UGP mantém um escritório de projetos com atendimento diário no prédio da Associação Comercial, próximo à obra. Além disso, realizou reuniões semanais, abertas aos comerciantes e ao público em geral, desde o início da execução das obras. A UGP não recebeu nenhuma nova demanda de lojistas sobre o plano de mitigação”, finaliza nota.