Estelionatário de MS que já se passou por médico, juiz e deputado é novamente condenado

O golpista Valfrido Gonzalez Filho, 39 anos, conhecido em Mato Grosso do Sul por já ter se passado por médico, juiz, deputado e até bispo foi novamente condenado pelo crime de estelionato. A última condenação, de 2 anos e 15 dias de prisão, foi publicada no Diário da Justiça de Mato Grosso do Sul nesta […]

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O golpista Valfrido Gonzalez Filho, 39 anos, conhecido em Mato Grosso do Sul por já ter se passado por médico, juiz, deputado e até bispo foi novamente condenado pelo crime de estelionato. A última condenação, de 2 anos e 15 dias de prisão, foi publicada no Diário da Justiça de Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (18).

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia em desfavor de Valfrido e de um ‘colega de cela’ dele pela prática, em tese, do crime previsto no artigo 171 – estelionato – cometido em 24 de dezembro de 2012.

Os acusados teriam se passado por diretor do hospital São Luiz, em São Paulo (SP), induzindo funcionária em erro, determinando que efetuasse três depósitos, totalizando o valor de R$ 1.700,00, em contas correntes da Caixa Econômica Federal, sediadas em Campo Grande.

Em juízo, Valfrido confessou a prática do delito afirmando ter sido ele quem entrou em contato com a vítima, passando-se como diretor do hospital, repassando o dinheiro para a conta que o André lhe havia fornecido. Disse que o ‘colega’ não fazia parte dos golpes aplicados por ele e que foi ‘caso esporádico’.

Na data do golpe, o outro acusado também estava preso no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Ele forneceu a conta de familiares para que o dinheiro do golpe aplicado na funcionária do hospital. Alegou que não sabia que a conta seria usada para golpe, recebeu R$ 100 e entregou o valor do golpe para a ex-mulher de Valfrido.

Consta no processo que o colega de cela do estelionatário apresentou suas alegações finais requerendo sua absolvição por falta de provas. O réu Valfrido apresentou suas alegações finais requerendo o reconhecimento da atenuante da confissão espontânea, assim como o seu arrependimento e a fixação de pena em regime mais branda.

Na decisão, o juiz da 1ª Vara Criminal Residual, Roberto Ferreira Filho, explica que, tanto pela confissão quanto pelas provas produzidas, não há dúvidas da autoria delitiva com relação a Valfrido. Porém, com relação ao ‘colega de cela’, o magistrado entendeu não haver provas suficientes de ter agido, dolosamente, em conluio com Valfrido.

“Isto posto é mais o que dos autos consta julgo parcialmente procedente a pretensão punitiva estatal deduzida na denúncia para o fim de condenar o acusado Valfrido Gonzales Filho, já qualificado nos autos, como incurso nas sanções do artigo 171, caput, do Código Penal e absolver o acusado *** também qualificado, na forma do que preconiza o art. 386, V, do CPP”, finaliza o juiz.

Além da condenação pelo crime de estelionato, Valfrido deverá restituir o valor à vítima do golpe.

Longa carreira de golpes

Valfrido aplicou mais de 40 golpes ao longo dos anos. Ele foi preso em 2012 depois de registrar um boletim de ocorrência, se fazendo passar pelo próprio primo. Para aplicar golpes, ele se passou por médico, advogado, pastor, desembargador, bispo, prefeito, entre outras ocupações.

Mesmo preso, Gonzales não parou e passou a aplicar golpes de dentro do presídio – como no caso da última condenação. Ele já foi condenado pelo menos quatro vezes por golpes aplicados em famílias de pacientes internados em hospitais. O modo de agir era sempre similar: ligação pedindo dinheiro que era depositada na conta de familiares do golpistas e de outros presos, que algumas vezes, também eram enganados por ele.

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