Bebês saem da maternidade sem caderneta de vacinação em Campo Grande

Bebês recém-nascidos estão sem caderneta de vacinação em Campo Grande. O problema, que afeta todas as unidades de saúde do município dura mais de mês e causa preocupação entre os pais. Após sair do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) com a cópia de uma das páginas da caderneta de vacinação da filha recém-nascida, […]

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Bebês recém-nascidos estão sem caderneta de vacinação em Campo Grande. O problema, que afeta todas as unidades de saúde do município dura mais de mês e causa preocupação entre os pais.

Após sair do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) com a cópia de uma das páginas da caderneta de vacinação da filha recém-nascida, a atendente Izabella Karolinne Bispo procurou as unidades de saúde de Campo Grande, seguindo orientação do Hospital Regional, para obter a versão completa do documento, que segundo ela, estava em falta no HRMS.

A atendente procurou quatro unidades de saúde e a resposta é a mesma em todos os postos: “não temos a caderneta”.

Izabella procurou a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau) e foi informada que não há previsão de quando as unidades receberão novas cadernetas de saúde das crianças, que são enviadas pelo Ministério da Saúde.

“Eu acho isso complicado, porque os órgãos públicos gastam com tanta coisa desnecessária e não dá para aceitar que eles não tenham o documento. Minha filha tem 35 dias de vida, em setembro precisa tomar a segunda dose da vacina contra Hepatite B e Pólio e ela ainda não tem a caderneta de vacinação”, lamenta a mãe.

Ainda de acordo com Izabella, uma funcionária da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do bairro Los Angeles orientou comprar a caderneta pelo aplicativo Mercado Livre. “No aplicativo custa cerca de R$ 25, mas fiz um orçamento para imprimir do site do Ministério da Saúde. A caderneta tem 96 páginas e para imprimir custa entre R$50 e R$150 reais”, reclama.

A Caderneta de Saúde da Criança contém, além do registro de vacinas, informações como crescimento, ganho de peso e orientações para os pais ou responsáveis. Segundo o Ministério da Saúde, a caderneta é um instrumento de identificação e acompanhamento da saúde (crescimento e desenvolvimento) da criança de 0 a 9 anos. Contém informações e orientações sobre saúde, direitos da criança e dos pais, registro de nascimento, amamentação e alimentação saudável, vacinação, sinais de perigo de doenças graves, prevenção de violências e acidentes, entre outros.

A assessoria de imprensa da prefeitura de Campo Grande informou que o Ministério da Saúde atrasou o cronograma de distribuição da Caderneta de Saúde da Criança. Ainda de acordo com a prefeitura, a Sesau aguarda o envio deste material, para fazer a distribuição às crianças que estão sem a caderneta. Entretanto, as unidades de saúde têm a caderneta de vacinação disponível e que pode fazer o registro das vacinas.

Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde confirma a falta e explica que faz a impressão e distribuição da caderneta para o período de um ano. A última entrega foi realizada em de junho de 2017 – um total de 3,27 milhões de cadernetas – equivale ao número de nascidos vivos no período de 12 meses e mais 10% como reserva.
Para atender o segundo semestre deste ano, o Ministério da Saúde já abriu uma nova licitação, que está em andamento. “É importante esclarecer que a ausência da Caderneta de Saúde da Criança não é um impeditivo da vacinação. Toda criança pode ser vacinada nos postos de saúde, onde recebe um registro de controle da vacinação (cartão), podendo atualizar mais tarde a caderneta. O profissional de saúde também tem esse controle por meio dos prontuários”, afirma nota enviada à imprensa.
“Para tirar o cartão, basta o cidadão ir a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). O adulto deve resgatar seus antigos cartões de vacinação. Se ele não conseguiu achar registros anteriores, deve procurar uma UBS e tomar as vacinas básicas novamente. Ele pode atualizar tanto em uma UBS quanto nas salas de vacinação”, complementa a nota.
A Caderneta de Saúde da Criança é produzida e distribuída pelo Ministério da Saúde para estados e capitais. O estado é responsável pela logística de entrega aos municípios. No entanto, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde podem solicitar o arquivo para a impressão.

Virtual

O Ministério da Saúde ainda disponibiliza à população o aplicativo do Programa Nacional de Imunização (PNI) para uso por smartphones e tablets, que contém as informações necessárias para garantir a imunização do cidadão e de sua família. O aplicativo é capaz de gerenciar cadernetas de vacinação cadastradas pelo usuário e de abrigar informações completas sobre as vacinas disponibilizadas pelo SUS, inclusive com lembretes sobre as campanhas sazonais de vacinação.
O aplicativo calcula, por exemplo, a partir da inserção da primeira vacina no calendário, quando o usuário deve comparecer ao posto de vacinação para uma nova imunização. 

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