VÍDEO: Servidores do HR ameaçam paralisar caso não haja novas contratações
Déficit de funcionários chega a 30%
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Déficit de funcionários chega a 30%
Com superlotação e déficit de cerca de 30% no quadro funcional, técnicos de enfermagem que trabalham no Hospital Regional de Campo Grande ameaçam paralisar suas atividades, caso não haja novas contratações por parte da diretoria. A paralisação deve começar no dia 18 de fevereiro.
Com corredores lotados e pacientes em macas, os funcionários estão sobrecarregados e muitos servidores têm ficado doentes. Com esta situação, são os pacientes que mais sofrem, já que não estão tendo o atendimento adequado, afirmam os técnicos que trabalham no hospital, mas que preferem não se identificar.
O esforço dos técnicos é reconhecido pelos pacientes que esperam nos corredores. “Estou sendo atendida e medicada, eles (funcionários) fazem o que podem, mas é difícil ficar no corredor. Nem lençol tem nas macas”, fala Joise Rodrigues da Cruz, de 37 anos.
Outra paciente que está no corredor desde o domingo (14), e teme pela piora de sua saúde, é a idosa Joana Arce Colmán, de 61 anos. Há 14 dias Joana passou por uma cirurgia vascular e teve uma infecção nos curativos, que não são trocados há 48 horas, “Estou com medo de a situação piorar”, explica a idosa que já apresenta um edema na mão.
PAM
Nesta segunda-feira (15), o PAM (Pronto Atendimento Médico), que tem capacidade para 77 pacientes estava atendendo 123 pessoas. Já nesta terça-feira (16), o número caiu para 93, mas segundo os funcionários deve aumentar até o fim do dia.
A diretoria do hospital teria prometido aos funcionários, no dia 18 de janeiro, que após o Carnaval mais contratações seriam feitas, mas segundo o Sintss/MS (Sindicato dos Trabalhos em Seguridade Social em Mato Grosso do Sul), até agora isso não aconteceu. Dos 25 funcionários que foram contratados em um processo seletivo, pelo menos 10 já foram para outro local.
“O diretor do hospital (Justiniano Barbosa Vavas) se comprometeu a chamar 39 novos funcionários, mas até agora nada foi feito. Segundo os funcionários, o diretor teria dito a eles, que o pedido já foi encaminhado para o governador que ainda não autorizou a contratação”, explica Ricardo Bueno, vice-presidente do Sintss.
ESCALA
A escala do hospital é divida em três plantões, de seis horas cada um, exceto o noturno que é de 12 horas. O ideal, segundo Bueno, seria de 25 funcionários por plantão, mas o que acontece são plantões com apenas 15 funcionários.
Com o déficit de dez funcionários por plantão, cada técnico de enfermagem acaba ficando responsável por até 12 pacientes, tendo meia hora para trocar curativos, fazer a medicação e dar banho nos pacientes, o que resulta em muitos ficarem sem serem atendidos.
“Tem paciente que fica até uma semana sem banho, pois não suportamos a demanda. isto não está certo, nem para eles, e nem para nós”, critica uma servidora.
Durante a matéria, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi abordada, no interior do hospital, por funcionários, que exigiram a saída da equipe afirmando que um representante da diretoria iria responder aos questionamentos, mas ninguém apareceu.
No dia 18 de janeiro a equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no hospital e constatou a superlotação e pacientes pelos corredores e a falta de funcionários adequados para o atendimento. Após quase um mês, a situação não mudou. A superlotação continua e o déficit de funcionários sem solução.
(Matéria editada na quarta-feira (17) para correção de dado)
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