Vale teve acesso a relatório do Imasul sobre barragens antes do MPE
Vistoria foi feita em 2015 e MPE recebeu em fevereiro
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Vistoria foi feita em 2015 e MPE recebeu em fevereiro
Técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) estiveram nos dias 7 e 8 de dezembro do ano passado em vistoria nas barragens da companhia Vale, em Corumbá, cidade 430 quilômetros distante de Campo Grande. De acordo com o instituto, o parecer técnico foi encaminhado à empresa, e posteriormente ao MPE (Ministério Público Estadual). A 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, onde foi aberto inquérito nesta semana para investigar a situação das barragens, afirmou ter recebido o relatório apenas em 23 de fevereiro.
O Imasul informou à equipe de reportagem do Jornal Midiamax que “o parecer técnico emitido pela equipe multidisciplinar foi encaminhado somente à empresa e, posteriormente, ao Ministério Público Estadual, por solicitação do órgão”. Apesar da vistoria ter sido feita no início de dezembro, a 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá afirmou que recebeu o parecer no dia 23 de fevereiro.
A equipe de reportagem do Jornal Midiamax ainda não teve acesso ao conteúdo do documento, mas segundo o Imasul, “não foram constatados riscos de rompimento nas barragens e que, mesmo num eventual acidente, os impactos negativos seriam localizados nas proximidades das minas, inexistindo risco às populações”.
Foi feito contato com a assessoria da Vale, e a empresa afirmou que iria se pronunciar nesta sexta-feira (11) sobre o caso.
Denúncia
Empresário que leva turistas ao Pantanal reclamou a equipe de reportagem do Jornal Midiamax de vazamento nas barragens da Vale. Segundo ele, peixes foram flagrados mortos no Rio Paraguai.“O rio fica até vermelho quando descem os minérios. Os peixes morrem intoxicados”, diz Reginaldo Sucuri.
Ele tem um blog onde faz as denúncias. No dia 21 de fevereiro, ele postou foto dos peixes mortos boiando no rio. No dia anterior, um jacaré foi flagrado, segundo ele “fugindo da lama tóxica que vazou dos sistemas de reservatórios das mineradoras da região”.
“No mês passado, eu flagrei com os turistas vários peixes mortos no rio. Os turistas até ficaram chocados quando viram a cor da água. Vou falar que é tinta? Não, eu falo que é rejeito da mineradora. Eles me perguntam: não fazem nada? Eu digo não”, disse.
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