Simulação mostra que Capital não tem estrutura hospitalar para atender tragédia

Treinamento em cinema contou com 365 pessoas

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Treinamento em cinema contou com 365 pessoas

A falta de vagas, um dos principais problemas de saúde pública foi destacado depois do treinamento envolvendo mais de 350 pessoas, entre, bombeiros, socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e voluntários. A simulação de incêndio realizada na manhã desta terça-feira (13), em uma das salas de cinema do shopping Campo Grande localizado na Avenida Afonso Pena, confirma que, em uma situação real, Campo Grande não teria leitos suficientes para atender as vítimas da tragédia.

Para dar início ao resgate, o Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 8h10, cerca de 10 minutos depois, 11 viaturas da corporação e outras duas do Samu estavam no local.  

Foram necessários 55 militares, 10 socorristas, um cão de resgate, que nesses casos é utilizado para encontrar vítimas perdidas em escombros, e 50 voluntários, incluindo funcionários e brigadistas do shopping. Ao todo 250 pessoas estavam na sala, onde ocorreu o falso incêndio.

Depois do alerta de que o prédio estava pegando fogo, foi dado início a evacuação e ao suposto socorro. Neste processo, a simulação contou com 18 vítimas, uma delas sem vida, o objetivo era deixar a situação mais parecida com uma ocorrência real.

O aspirante do Corpo de Bombeiros e organizador do simulado, Souza Neto, diz que as vítimas são socorridas e a equipe realiza a classificação conforme a gravidade apresentada. “Os médicos socorristas fazem a classificação obedecendo os critérios e destina cada paciente depois dessa filtragem porque tem o problema da questão de vagas”, ressalta.

O coordenador do Samu, Djalmir Seixas César explica que em casos de queimaduras as vítimas devem ser levadas para a Santa Casa, no entanto, caso a situação fosse real, seria necessário classificar os feridos. Ele destaca que caso houvesse necessidade de atendimento hospitalar às 18 pessoas, não teriam vagas. 

“Se fosse verdade não haveria condições de atender todas as vítimas porque estouraria a capacidade e teríamos o problema não conseguir o atendimento para o ferido. Se a situação de hoje fosse real, três vítimas seriam levadas para Santa Casa, quatro para outros hospitais e as demais seriam atendidas nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]”, explica.

O médico observa que normalmente o problema de vagas é ludibriado, quase que diariamente pelos socorristas. “Temos capacidade de atendimento excedida há muitos anos. Travamos quase que uma operação de guerra todos os dias porque nunca deixamos de atender, sempre damos um jeitinho tupiniquim”, frisa ao mencionar a precariedade em relação a quantidade de leitos na Capital.

Campo Grande conta com 2.488 leitos. A falta de vagas na rede pública de saúde da Capital é motivo de diversas investigações no Ministério Público Estadual.

Vídeo gravado pela equipe de reportagem do Jornal Midiamax mostra a simulação de incêndio realizada nesta manhã. Assista AQUI.

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