População reclama de falta de vacina e Estado admite problema desde agosto

Estado diz que Ministério da Saúde reduziu 60% da remessa

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Estado diz que Ministério da Saúde reduziu 60% da remessa

Usuários da rede pública de saúde denunciam a falta de vacinas em Campo Grande. A assessoria de comunicação da SES (Secretaria de Estado de Saúde), responsável por receber as doses enviadas para Mato Grosso do Sul e distribuir para os municípios do Estado, admite redução de 60% na remessa feita pelo Ministério da Saúde. O problema, conforme as informações, tiveram início há sete meses.

A brigadista Juliana Bernardes, de 27 anos, afirma que não conseguiu vacina de tríplice viral para a filha de três anos. Ao procurar a UBS (Unidade Básica de Saúde) Silvia Regina, na manhã desta terça-feira (29), foi informada de que a imunização está em falta e de que não há previsão de chegada.

“Minha filha precisa tomar a vacina de tríplice viral e disseram que não tem. Falaram apenas para eu procurar outra unidade de saúde, mas nem me disseram onde tem. Isso é uma falta de respeito com a população”, afirma.

O coordenador do Conselho Gestor da UBS e Policlínica Silvia Regina, Delmário Guimarães de Araújo, de 56 anos, confirma a denúncia. Ele diz ainda que as vacinas de febre amarela e antitetância também estão em falta. “Não tem vacina na unidade e ninguém sabe dar uma explicação sobre isso para a população. Sempre falam que está chegando e nada”, lamenta.

A assessoria de comunicação da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) justifica que o Ministério da Saúde não tem abastecido os Estados com a quantidade de vacinas suficientes para atender os municípios e ressalta que não há como prever quando a situação será normalizada. 

Questionada sobre às remessas, a assessoria de comunicação da SES, diz que o problema ocorre desde agosto de 2015 e que o Ministério da Saúde tem emitido comunicados sobre a redução nas remessas de algumas vacinas da rotina de imunização e justifica que o problema está relacionado ao processo de renovação de licenças pelos laboratórios responsáveis pelas produções das doses.

A redução, segundo as informações da assessoria da SES, chega a 60% do total de vacinas que eram enviadas ao Estado e frisa que no início deste ano a situação começou a ser normalizada gradativamente e que até o fim do mês de abril a remessa estará completa. 

Em contato com a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde a equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi informada de que neste mês foram enviadas 94,4 mil doses de Tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) aos Estados brasileiros situados nas regiões Norte, Sul e Centro-Oeste do país. Para Mato Grosso do Sul foram 20 mil vacinas, além de, outras 50 mil de febre amarela e seis mil de antitetânica.

A assessoria de comunicação salienta que o Ministério da Saúde repassa, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), 17 tipos de vacinas recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Por ano, de acordo com as informações, são disponibilizadas cerca de 400 milhões de doses imunológicas para combater mais de 20 doenças. O investimento referente às vacinas cresceu 225%, saltando de R$ 1,2 bilhão, em 2010, para R$ 3,9 milhões neste ano. 

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