Exército confirma parceria e admite terceirizações em recapeamento

Mais de R$ 19 milhões devem ser utilizados para obras

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Mais de R$ 19 milhões devem ser utilizados para obras

O comandante do CMO (Comando Militar do Oeste), general Paulo Humberto César de Oliveira, admitiu neste domingo (21) que o Exército, por meio do Batalhão de Engenharia de Cuiabá (MT) deve tocar parte das obras de recapeamento em Campo Grande, com recursos da ordem de R$ 19 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Segundo o comandante, que participava da Corrida da Paz, até o final de fevereiro serão concluídos os estudos técnicos para que em março seja assinado o convênio com a Prefeitura.

“O Batalhão de Engenharia do Exército, que fica em Cuiabá, deve ser deslocado para Campo Grande para realizar a obra. Eles acabaram de concluir um projeto no sul do Paraná, então este seria o momento ideal para começarem o recapeamento”, afirmou o comandante.

Paulo Humberto também confirma que a obra deve ser terceirizada para contratação de pessoal. “Além de contar com o Batalhão, o Exército faz um estudo para contabilizar de quanto será o recrutamento de mão de obra civil para o empreendimento”.

O chefe de gabinete de Alcides Bernal, Odimar Marcon, destacou que o recapeamento não deverá ser conduzido somente pelo Exército. “Eles farão uma parte do serviço e outra deve ser contratada pela Prefeitura por licitação”.

Engenharia

O 9º BEC (Batalhão de Engenharia de Construção) Cuiabá é subordinado ao 3º Grupamento de Engenharia, este sim, sediado em Campo Grande, no CMO (Comando Militar do Oeste). Para realizar a obra, seriam trazidos militares e engenheiros do Batalhão de Cuiabá, podendo encarecer os custos.

O secretário de Infraestrutura da Capital, Amilton Cândido de Oliveira, desmarcou a entrevista que concederia ao Jornal Midiamax para falar sobre o assunto, porque teria uma reunião no CMO para tratar de detalhes do recapeamento.

Sublocação

O Exército brasileiro é responsável por  diversas obras de infraestrutura em território nacional. Atualmente são 16 delas, principalmente Norte e Nordeste. Segundo a força armada, o trabalho permite que seus quadros estejam preparados em caso de necessidade de construção de obras em tempos de guerra.

Porém, ao cuidar das obras, os batalhões fazem compras de materiais de construção ou subcontratam parte dos serviços, podendo surgir fraudes. Agentes do Exército envolvidos com os contratos de compra de insumos e serviços já são alvo de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.

Um dos casos é a duplicação de 400 quilômetros da BR-101, que gerou um custo de R$ 59,5 milhões para a reparação dos prejuízos com as irregularidades. Dos oito lotes para a duplicação, três ficaram nas mãos do Exército.

9º BEC

O 9º Batalhão é atualmente responsável pela construção e pavimentação da BR-230, em Miritituba (PA), segundo consta no site de Diretoria de Obras e Construção do Exército.

Em 2008, mesmo sendo o contratado para tocar a obra, o 9º Batalhão de Engenharia de Construção realizou um processo seletivo para contratar 250 civis temporários para atuar nas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), num total de R$ 94 milhões recebidos pelas obras, que compreendiam construção e pavimentação de rodovias e construção de pontes. 

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