Empresário denuncia ‘dumping’ na CPI dos Combustíveis

 Feita por uma rede de postos

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 Feita por uma rede de postos

A CPI dos Combustíveis ouviu nesta quinta-feira (10) o depoimento do empresário, Nilton Braz Giraldelli, dono de dois postos em Campo Grande, que denunciou suposta prática de “dumping” por parte de uma grande rede de postos de combustíveis da Capital.

Dumping é o nome dado à venda de produtos a um preço muito inferior ao do mercado. “Há uma concorrência predatória por parte de uma rede aqui de Campo Grande que domina muitos postos. Eu não tenho como provar, mas há o dumping, os postos pequenos não têm paz.

A maioria é empresa familiar. Estamos quebrando. Calculo que há cerca de 30% de desemprego na Capital por causa dessa guerra de preço”, denunciou o empresário. Questionado sobre a diferença de preços entre Campo Grande e o interior, Giraldelli mensura que a média é em torno de R$ 0,10 a R$ 0,20 mais barata na Capital por negociação com as distribuidoras. “Elas vendem mais barato aqui para evitar ‘uma quebradeira geral’.

Acontece algo como um ‘paralelismo consciente de ação’, em que meu vizinho sobe o preço eu subo também para evitar o prejuízo, pois nossa margem de custo é muito igual”, ressaltou. O empresário ainda disse que a categoria é injustiçada. “Não temos quem nos defenda. Para o combustível chegar aqui há 11 etapas, uma logística complicada. Nossa margem de lucro é curta. Falam da gente como se tivéssemos cometendo um crime por lucrar em um sistema capitalista, mas ninguém sabe que eu tenho que pagar mais R$ 15 mil só de previdência de funcionário, que tivemos que demitir gente e que eu trabalho 365 dias no ano e há dez anos ando com um ‘golzinho’.

Ninguém quer lesar o consumidor, tanto que não há adulteração em Campo Grande, mas pedimos que a CPI investigue a concorrência desleal”, finalizou Giraldelli. O relator da CPI, deputado Maurício Picarelli (PSDB), tranquilizou o empresário. “Vamos investigar todas as denúncias recebidas pela CPI e tomar atitudes aos que estão contra as leis. Agradeço sua disponibilidade e coragem de falar”, destacou o relator.

O presidente da CPI, deputado Beto Pereira (PSDB) explicou que o depoimento do empresário foi colhido em caráter colaborativo, pois ele depôs de forma espontânea, indicado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS).

“Ele vai assinar a ata do seu depoimento, para resguardar o mesmo valor de juízo de uma oitiva convocada. O próximo depoente que iremos convocar é o próprio presidente do Sinpetro-MS,  Mário Shiraishi, que também pediremos para trazer a relação de postos sindicalizados”, determinou o deputado. Também compõem a CPI os deputados João Grandão (PT), Coronel David (PSC) e Angelo Guerreiro (PSDB). 

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