Com estrutura precária CRS Guanandi será fechado, mas pacientes não são informados

Atendimentos serão transferidos para UPA Jardim Leblon

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Atendimentos serão transferidos para UPA Jardim Leblon

Alvo de inúmeras reclamações sobre demora no atendimento, estrutura precária, fezes de pombo e mau cheiro que vem da água empossada nos fundos da área onde os pacientes aguardam pela consulta médica, o CRS (Centro Regional de Saúde) Guanandy Dr. Ênio Cunha, será fechado em breve. As atividades no local serão encerradas na próxima quarta-feira (30).

O fechamento culmina com a inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon, que ficará responsável pela demanda da região. Mesmo com data marcada para o encerramento das atividades, a população que é atendida no local garante não ter recebido informações a respeito da desativação do prédio.

“Acabei de ser atendida e ninguém me disse nada. É bom saber porque não moro perto. Venho aqui porque é mais fácil por conta da linha de ônibus”, afirma a aposentada Plácida Vissuela, de 72 anos. Marino Ribeiro, de 76 anos, também não sabia do fechamento, mas concorda com a decisão. “Se a UPA oferece mais condições será melhor para a população”, observa.

Presença de pombos ainda é comum no CRS Guanandy - Marithê Lopes/Midiamax

Afastada do trabalho por problemas de saúde, Maria Aparecida de Jesus, de 63 anos, é mais uma entre os pacientes que não foram informados sobre o fechamento. “Não me disseram nada, mas se lá for mais limpo que aqui será bem melhor. Do jeito que está não tem condições de continuar. É sujeira para todos os lados, além do mau cheiro. A gente chega aqui doente e pode sair pior do que entrou”, frisa.

Com suspeita de Zika vírus, o pedreiro Sebastião Silva Nascimento, de 58 anos, sque aiu do Tarumã para ser atendido no CRS, reclamou da estrutura do local e destacou a necessidade de reforma. “Aqui os pombos ficam em cima da nossa cabeça. É muito sujo, mas os médicos são bons. Não sabia que irá fechar. Acho que poderiam reformar e deixar funcionando mesmo com a inauguração da UPA. Quanto mais atendimento de saúde, melhor”, ressalta.

Fezes de pombo estavam espalhadas por saguão do CRS nesta quarta-feira - Marithê Lopes/Midiamax

Vizinho da nova UPA Jardim Leblon, Antônio Pelegrin, de 75 anos, diz que mesmo com a inauguração da unidade de atendimento, o CRS deveria continuar com os atendimentos. “Moro a três quadras de lá, então, pra mim será muito melhor, mas acho que não deveriam fechar o CRS. Tem muita gente que precisa de médico”, justifica.

Zenilda Mota, de 37 anos, não sabia do fechamento. “Não estava sabendo. A estrutura daqui é horrível, mas o atendimento é bom. Se vão fechar, devem pelo menos usar o prédio para algo que beneficie a população”, destaca.

Local será desativado até o próximo dia 30 - Marithê Lopes/Midiamax

Desativação CRS-

No dia 8 de janeiro de 2015, o ex-chefe da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Jamal Salém, anunciou o fechamento do local. Na ocasião ele explicou que o atendimento do CRS seria transferido para a UPA Jardim Leblon e disse que o prédio seria transformado em um Caps (Centro de Atendimento Psicossocial).Com estrutura precária CRS Guanandi será fechado, mas pacientes não são informados

Na manhã desta quarta-feira (23), a assessoria de comunicação da Sesau, disse que depois de ser desativado, o local será reformado, no entanto, destacou que até o momento o prefeito Alcides Bernal (PP) não informou se o espaço será utilizado para funcionamento de um Caps ou Cras (Centro de Referência de Assistência Social).

Nesta manhã a equipe de reportagem do Jornal Midiamax esteve no CRS. No local não há nenhum cartaz sobre a mudança. Funcionários garantiram que o fechamento está sendo informado, no entanto, em conversa com 10 pacientes, todos eles disseram que não sabiam sobre a mudança.

A assessoria de comunicação da Sesau garantiu que o fechamento será informado e que os pacientes serão direcionados para a UPA.  

Irregularidades –

O MPE (Ministério Público do Estadual) também constatou várias irregularidades no prédio, no entanto, segundo a promotora Paula da Silva Volpe, lotada na 22ª Promotoria de Saúde, o inquérito não terá continuidade por conta da desativação do prédio. 

A assessoria de comunicação da Sesau afirma que independente da desativação, a Prefeitura deve responder ao Ministério Público.

(Colaborou a repórter Evelin Araújo)

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