Leitora reclama de mau exemplo de motoristas em escolas de “bem-nascidos”

Pais param em fila dupla para deixar crianças 

“Esse é o exemplo da educação no trânsito que os bem-nascidos de Campo Grande têm”, disse uma leitora do Jornal Midiamax ao denunciar a falta de consciência e educação dos motoristas ao pararem em fila dupla, em frente de uma escola particular de Campo Grande. Após reclamação, a equipe de reportagem do Jornal Midiamax foi até o local para apurar a situação.

Ao chegar ao local, por voltas das 12h40, horário de entrada das aulas da turma vespertina, de imediato foi flagrado um pai, que além de estacionar em fila dupla, desceu da caminhonete e deixou a porta aberta, enquanto se despedia do filho na porta da escola. Perguntado sobre o que achava da situação, o homem que preferiu não se identificar, de prontidão respondeu: “Isso é terrível. Sou contra”.

O funcionário da escola, que também preferiu não se identificar, explicou que a situação é recorrente e que os pais deveriam ter mais consciência, uma vez que isso coloca em risco a segurança da criança e ainda dá mau exemplo. “ Os motoristas param em fila dupla, em cima da faixa, não respeitam. Deveria ter uma sinalização melhor”, acrescenta.

Cláudio Lima, 33, motorista de uma Van escolar, também comenta sobre a frequência das infrações. “Aqui é assim todos os dias, e no fim da tarde, por volta das 17h20 é pior, chega a formar fila tripla. Ninguém respeita e isso é muito complicado. As crianças têm de atravessar entre os carros. Os motoristas só respeitam quando tem alguma fiscalização”, frisa.

A Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) informou que entre janeiro e julho de 2015, foram registradas 937 atuações. Tanto a Agência quanto o BPTran (Batalhão da Polícia Militar de Trânsito) reforçaram que a fiscalização, assim como campanhas de abordagem educativa, são realizadas em frente das escolas de Campo Grande, principalmente em períodos de voltas às aulas.

“Geralmente o policiamento escolar é feito pelos pelotões de moto, nas escolas públicas e particulares da cidade, entre os horários de entrada e saída. Dependendo da demanda, do local, solicitação de diretores ou até mesmo outras autoridades públicas, é feito um policiamento excepcional para coibir alguma ação de maior relevância por determinado tempo”, detalha sargento Fabiano sobre as formas como as fiscalizações são feitas.