O terceiro dia de depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa do caso da , iniciou. Na tarde desta sexta-feira (3), o julgamento foi agitado e marcado por um bate-boca.

Durante o depoimento do sétimo interrogado, o administrador de empresa, Daniel Rodrigues da Silva de 40 anos, esteve no Tribunal do Júri em andamento desde a última quarta-feira (1). Na época da tragédia, Daniel trabalhava na loja que vendeu os artefatos pirotécnicos utilizados na casa noturna.

Venda de fogos de artifício 

O material teria sido comprado pelo produtor musical Luciano Bonilha, sendo inclusive um dos acusados. No dia do incêndio, o material comprado foi entregue para o Marcelo de Jesus, vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, que se apresentaria naquela noite. Luciano e Marcelo são réus no processo, com os sócios da , Elisandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffman.

Inicio do incêndio
Após ser aceso dentro da boate naquela noite, o artefato entrou em contato com uma espuma e as chamas se alastraram, deixando ao todo 242 mortos e 636 pessoas feridas.

Bate-boca no terceiro dia de julgamento

Segundo o site UOL, A gritaria e o bate-boca no tribunal ocorreram em dois momentos diferentes, nas duas ocasiões o administrador estava sendo interpelado pelos advogados de Luciano Bonilha.

A primeira vez ocorreu após o administrador se recusar inicialmente a responder se a loja dele havia sido fechada pela Polícia Civil após a tragédia na boate.

“No que isso é relevante?”, questionou a testemunha. Na sequência, o advogado Jean Severo disse que ele era obrigado a responder. “Não vou responder, não sou obrigado”, disse o administrador. “Claro que tu é obrigado, sim!! Não começa, tu tem que responder! Tu botou esse rapaz aqui”, disse Severo, aos gritos, se referindo ao seu cliente.

“Ele colocou esse inocente aqui, ele colocou”, complementou o advogado. “Só um minuto doutor, aqui não é competição de quem grita mais alto. Se for, eu falarei mais alto. O senhor aguarde, o senhor aguarde, por favor, a pergunta vai ser formulada. Eu considero a pergunta relevante, só vamos esperar um pouco”, repreendeu o juiz.

Mais tarde, Daniel foi questionado se vendia um tipo específico de chamado Sputnik, avulso, fora da caixa, ou seja, sem a sem instruções de uso. O administrador negou, e então a defesa de Luciano Bonilha apresentou uma nota fiscal de 6 de fevereiro de 2013, onde consta a comercialização de uma unidade do artefato por R$ 2,50. Em seguida, questionou o administrador por que ocorreu essa venda, o que ele disse desconhecer. O juiz questionou os advogados sobre quem teria feito a compra.

“Certo. Está excluído do mundo a possibilidade de o advogado ter provocado isso, no sentido de falar: ‘Olha, vocês vendem a unidade ou não, ou isso partiu do pessoal da loja? Ou não se tem conhecimento?', questionou o juiz, sendo respondido que a nota era antiga, de defesa anterior. Foi quando Severo voltou a se exaltar. “Só que ele comprou, né. É ilegal vender assim. A loja é ilegal, tudo é ilegal, tudo é ilegal, tudo é ilegal, a loja é ilegal, explosivo é ilegal”, disse o advogado. O administrador disse que não estava ali na condição de acusado. “Deveria estar sentado aqui [no banco dos réus]”, gritou Severo. Até mesmo o promotor David Medina da Silva entrou no bate-boca. “

O juiz Orlando Faccini, interviu e resolveu chamar um intervalo para acalmar os ânimos. Faccini disse que nunca tinha paralisado um júri em função dos ânimos alterados.