Ministério aumenta projeção de superávit comercial para US$ 55,4 bi
O desempenho das vendas de produtos agropecuários, principalmente para a Ásia, fez o Ministério da Economia elevar de US$ 46,6 bilhões para US$ 55,4 bilhões a projeção de superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2020. A revisão, que sai a cada três meses, foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior […]
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O desempenho das vendas de produtos agropecuários, principalmente para a Ásia, fez o Ministério da Economia elevar de US$ 46,6 bilhões para US$ 55,4 bilhões a projeção de superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2020. A revisão, que sai a cada três meses, foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior da pasta.
Em relação à estimativa anterior, divulgada em abril, a projeção para as exportações em 2020 saltou de US$ 119,8 bilhões para US$ 202,5 bilhões. Afetada pela alta do dólar e pela contração da economia, a previsão para as importações caminhou no sentido oposto, caindo de US$ 153,2 bilhões para US$ 147,1 bilhões.
A projeção para a corrente de comércio – soma das exportações e importações – caiu de US$ 353 bilhões, em abril, para US$ 349,6 bilhões em julho.
Segundo o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, o desempenho relativo das vendas de produtos agropecuários mostra a “resiliência” das exportações brasileiras em meio à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. De janeiro a junho, as vendas desse tipo de produto aumentaram 23,8% pelo critério da média diária em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto as exportações totais caíram 6,4% na mesma comparação.
O secretário ressaltou que o aumento do volume exportado ajudou a compensar a queda de preços. No primeiro semestre, os preços médios caíram 12%, mas o volume embarcado subiu 14%. Para Ferraz, o desempenho das exportações dá algum conforto para as contas externas do país em meio à crise internacional, e a próxima revisão das projeções para a balança comercial, daqui a três meses, deverá refletir o início da recuperação da economia brasileira.
Em relação aos produtos industrializados, o prognóstico não é otimista. Na avaliação de Ferraz, a crise provocada pela pandemia agrava o desaquecimento do comércio internacional observado nos últimos anos e atinge principalmente os bens de maior valor agregado, como manufaturados. “Nosso resultado [da balança comercial] tem sido abalado por isso”, afirmou.
Pressão ambiental
Apesar das pressões da comunidade internacional pelo comprometimento do país na defesa do meio ambiente, o secretário de Comércio Exterior disse não ter visto, até agora, prejuízos às exportações brasileiras. “O que observamos são produtos performando muito bem”, declarou. Em relação à ameaça de veto de alguns países europeus em relação ao acordo Mercosul–União Europeia, ele disse considerar normal que setores mais sensíveis se sintam pressionados pelo potencial agrícola do Mercosul.
O secretário destacou que a agenda de abertura comercial continua, apesar da pandemia. Ele citou o acordo de livre-comércio de veículos pesados com o México, fechado na semana passada, e a continuação das negociações com o Canadá, a Coreia do Sul e Cingapura.
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