Dólar à vista fecha a R$ 5,4971 em dia tenso com rumores sobre saída de Guedes
O dólar iniciou a semana bastante pressionado e fechou a sessão de negócios em alta de 1,30%, a R$ 5,4971, nível que não se via desde 22 de maio passado (R$ 5,5797). Na máxima do dia, a divisa americana subiu a R$ 5,5141. O aumento da tensão no mercado financeiro local, que já havia amanhecido […]
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O dólar iniciou a semana bastante pressionado e fechou a sessão de negócios em alta de 1,30%, a R$ 5,4971, nível que não se via desde 22 de maio passado (R$ 5,5797). Na máxima do dia, a divisa americana subiu a R$ 5,5141. O aumento da tensão no mercado financeiro local, que já havia amanhecido sob o signo da cautela, foi ligado por profissionais das mesas de operação ao aumento de rumores sobre a saída do ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Mas, por enquanto, são só rumores, uma vez que, se fosse verdade, as coisas no mercado estariam muito piores”, afirmou Paulo Sabat, gestor da mesa de Derivativos da Necton Investimentos. “No entanto, o mercado aguarda algum pronunciamento seja do Bolsonaro, seja do próprio Guedes, como ele fez no início deste ano, quando ocorreu rumor semelhante”, afirmou Sabat.
O Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, termômetro do risco-País, acompanhou a apreensão e foi a 230 pontos – nível do fechamento de sexta-feira, de acordo com cotações da IHS Markit.
Fernanda Consorte, economista-chefe da Ouroinvest, afirma que o rumor sobre a saída do ministro estava forte já no final de semana e é agravado pela forma como o presidente Bolsonaro tem se comunicado, com vaivém constante nas declarações a respeito do seu comprometimento sobre o controle das contas públicas. “Cada hora tem declaração que faz pairar dúvidas. Parece mesmo que gostou de ver que a expansão fiscal deu resultado na sua popularidade, mesmo que isso possa levar a desfechos ruins mais à frente”.
A economista-chefe da Ouroinvest ressaltou que, para além das questões de governo, é importante lembrar que estamos ainda em uma pandemia e sem vacina, o que mantém a tensão e a volatilidade dos mercados dadas as incertezas inerentes ao cenário. “Os dados mostram que a gente, de fato, ainda não venceu essa história. Ainda pode vir dar um soco a qualquer momento”.
Fernanda Consorte ainda citou o cenário externo, que não segue tranquilo. No exterior, há mais de três semanas, ocorrem as discussões sobre o pacote de estímulos à economia americana. “E isso será importante na corrida eleitoral que, certamente, será monotemática”, diz ela. Também, no sábado, complementa Consorte, haveria no fim de semana um encontro sobre a primeira fase do acordo dos Estados Unidos com a China, mas foi adiado por tempo indeterminado.
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