Com pandemia, Brasil tem queda recorde da atividade no 2º trimestre

A pandemia do novo coronavírus fez a atividade econômica brasileira registrar uma queda recorde no segundo trimestre deste ano. O IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central), divulgado na manhã desta sexta-feira (14) desabou 10,94% de abril a junho, ante os três meses anteriores. Esta é a maior baixa para um trimestre cheio em toda […]

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A pandemia do novo coronavírus fez a atividade econômica brasileira registrar uma queda recorde no segundo trimestre deste ano. O IBC-Br (Índice de Atividade do Banco Central), divulgado na manhã desta sexta-feira (14) desabou 10,94% de abril a junho, ante os três meses anteriores. Esta é a maior baixa para um trimestre cheio em toda a série histórica do BC, iniciada em janeiro de 2003.

Os dados do BC já levam em conta os ajustes sazonais, o que permite a comparação de um trimestre com os três meses imediatamente anteriores. No primeiro trimestre de 2020, a atividade econômica havia recuado apenas 1,97% em relação ao quarto trimestre de 2019, sendo que o resultado foi puxado pelo mês de março, quando o surto de covid-19 intensificou o isolamento social no Brasil.

Já no segundo trimestre houve uma forte baixa da atividade em abril, quando o isolamento social chegou ao seu auge e milhares de empresas paralisaram seus trabalhos. Nem mesmo a relativa recuperação vista em maio e junho foi suficiente para evitar o forte recuo da atividade no segundo trimestre.

A baixa de 10,94% do IBC-Br no segundo trimestre ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam resultado entre -11,50% e -10,00% (mediana em -10,90%).

Quando se compara o segundo trimestre deste ano com o mesmo período do ano passado, o recuo da atividade foi de 12,03%, conforme os dados do BC. Neste caso, o intervalo do Projeções Broadcast era de -12,80% a -11,20% (mediana de -11,90%).

Início da recuperação

Após forte retração nos meses de março e abril, a atividade econômica brasileira apresentou o segundo mês consecutivo de alta. O BC informou que o IBC-Br subiu 4,89% em junho ante maio, na série já livre de influências sazonais. Em maio, o avanço havia sido de 1,59% (dado revisado). De maio para junho, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 120,49 pontos para 126,38 pontos na série dessazonalizada.

Na comparação entre os meses de junho de 2020 e junho de 2019, houve baixa de 7,05% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 125,62 pontos em junho.

Conhecido como uma espécie de “prévia do BC para o PIB”, o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A projeção atual do BC para a atividade doméstica em 2020 é de retração de 6,4%. Este cálculo foi divulgado por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.

No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira, a projeção é de queda de 5,62% do PIB em 2020. O Focus reúne as projeções dos economistas do mercado financeiro.

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