Marina reforça agenda feminina ao visitar Maria da Penha, em Fortaleza

Três dias após debater com o candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre a diferença salarial entre homens e mulheres em um debate de televisão, Marina Silva (Rede) se encontrou em Fortaleza nesta segunda (21) com Maria da Penha Fernandes, que deu nome à lei que trata da criminalização dos casos de violência doméstica e se transformou […]

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Três dias após debater com o candidato Jair Bolsonaro (PSL) sobre a diferença salarial entre homens e mulheres em um debate de televisão, Marina Silva (Rede) se encontrou em Fortaleza nesta segunda (21) com Maria da Penha Fernandes, que deu nome à lei que trata da criminalização dos casos de violência doméstica e se transformou em referência no assunto.

Marina assinou um documento elaborado pelo Instituto Maria da Penha com diretrizes para enfrentamento da violência familiar, como melhora no acesso de vítimas de cidades pequenas a agentes de segurança, o acolhimento de órfão de mulheres assassinadas por companheiros, chamados por Maria da Penha de “órfão invisíveis”, e da recomendação da educação, desde o fundamental até a universidade, sobre a violência contra as mulheres.

Uma das duas mulheres candidatas a presidente (a outra é Vera Lúcia, do PSTU), Marina Silva tem, nos últimos dias, se voltado a temas do interesse feminino.

“Nós temos 40% da população que com justa razão está indignada, desencantada com o país, e a maioria dos 40% são mulheres. Hoje, a maioria dos lares, principalmente nas comunidades pobres, é liderado por mulheres, que se veem abandonadas, com filhos para criar, que a segurança não protege, que não não tem acesso ao mercado de trabalho”, disse Marina.

Conhecida por ter um perfil mais comedido, a candidata da Rede surpreendeu ao confrontar enfaticamente Jair Bolsonaro na sexta (17) -o debate da Rede TV determinou um espaço em que os candidatos que debateriam ficavam em pé, ao centro do estúdio, frente a frente. Além de questionar o adversário sobre o tema de diferença salarial entre homens e mulheres, Marina também o criticou por fotos que tira com crianças criando imagens de armas com as mãos.

“Fui apenas eu mesma, quando preciso ser incisiva sou incisiva, não trato como uma estratégia. Nem estava sendo esperada para ser perguntada, apenas respondi o que achei necessário diante da afirmação que não se precisava fazer nada [sobre a diferença salarial] e que tudo estava resolvido na CLT. Mas as mulheres continuam a receber menos, continuam a ser assassinadas, sendo preteridas na fila de emprego e ninguém pode ser eleito Presidente para dizer que não precisa fazer nada”, disse Marina.

No encontro, Marina elogiou Maria da Penha, que por 23 anos foi agredida pelo marido e que tentou matá-la duas vezes, a primeira com arma de fogo, que a deixou paraplégica. Na segunda, por estrangulamento, fez com que Maria da Penha tomasse coragem para denunciá-lo.

O esforço para que a Justiça o condenasse fez com que a lei sancionada em 2006 pelo ex-presidente Lula fosse conhecida por seu nome. “É preciso que o próximo presidente olhe para as mulheres, porque as mulheres continuam morrendo”, disse Maria da Penha. Marina defendeu ações integradas entre setores do governo que facilite o acesso das mulheres ao trabalho, à saúde e até ao empreendedorismo, que diminua a dependência financeira a companheiros algumas que podem usar da violência.

Marina Silva apareceu em terceiro lugar na pesquisa CNT/MDA, divulgada nesta segunda-feira (20). Ela está com 5,6% das intenções de votos, atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 37,3%, e de Jair Bolsonaro, que apareceu com 18,3%.

“Pesquisa é um registro do momento, estamos começando a campanha agora e estou feliz que a sociedade brasileira já está entendendo que aqueles que criaram o problema para o país não vão resolver esse problema”, disse Marina.

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